da Folha Online A casa do jovem Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, 24, –acusado de matar o cartunista, compositor e líder religioso Glauco Vilas Boas, 53, e seu filho Raoni, 25–, teve os muros pichados na madrugada desta terça-feira em protesto pelo assassinato.

O muro da casa, localizada no bairro de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, amanheceu com o nome do cartunista e seu filho ao lado da frase “em memória”.

Os dois foram assassinados a tiros na madrugada da última sexta-feira (12) na casa do cartunista.

Cadu confessou o crime após ser preso ontem em Foz de Iguaçu (PR).

Também na segunda, o delegado Archimedes Veras Júnior, da Delegacia Seccional de Osasco (Grande São Paulo) viajou para o Paraná para colher o depoimento do jovem, que deve acontecer ainda na manhã desta terça, na sede da Polícia Federal, onde Cadu permanece preso em uma cela individual.

Ontem, o delegado ouviu mais três testemunhas da morte do cartunista.

Entre eles estava um amigo de Raoni que afirmou que o motorista que levou Cadu até a casa de Glauco participou do crime. “O depoimento do João Pedro [Costa, amigo de Raoni] levou a crer que o Felipe [Iasi]também estava presente no momento dos disparos.

Falta apenas ouvir o que o indiciado vai falar para saber exatamente o que aconteceu.” De acordo com o delegado, Iasi também deve ser indiciado por contribuição ou coautoria do crime.

O rapaz foi liberado pela polícia no domingo (14) após prestar depoimento por ter bons antecedentes e residência fixa.

Ele negou participação no crime, disse que foi sequestrado por Cadu e ameaçado com uma arma para ir até o local do crime.

Caso Glauco e Raoni foram mortos a tiros na casa do cartunista, em Osasco (Grande São Paulo), na madrugada de sexta-feira (12).

Segundo as testemunhas, o suspeito chegou ao local e rendeu, primeiro, a enteada de Glauco, que mora em uma casa no mesmo terreno.

Cadu era conhecido da família por já ter frequentado a igreja Céu de Maria, que segue os princípios do Santo Daime e foi fundada por Glauco.

Segundo o relato das testemunhas, Cadu estava transtornado e delirava.

Ele estava armado com uma pistola automática e uma faca.

Glauco tentou negociar com Nunes e chegou a ser agredido.

De acordo com Veras Júnior, Glauco não reagiu.

No meio da discussão, porém, Raoni chegou ao local de carro.

Em seguida, Cadu atirou contra pai e filho, mas os motivos ainda não foram esclarecidos.

Os dois chegaram a ser atendidos no hospital, mas não resistiram e morreram.