Presidente da Comissão de Saúde da Alepe fala sobre “Projeto Tamarineira” Por Chico Ludermir O debate da manhã desta segunda-feira (15) no Hospital Ulysses Pernambucano trouxe à tona uma questão que sempre esteve em segundo plano na discussão do Projeto Tamarineira.

Pela primeira vez, o foco das argumentações foi na importância do hospital psiquiátrico e de seus enfermos.

A mesa composta por profissionais da saúde, dentre eles a diretora do Ulysses Pernambucano (HUP), Benvinda Magalhães, deputados da Comissão de saúde da Assembléia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e membros da Secretaria Estadual e Municipal de Saúde (SES e SMS), foi unânime no veto ao projeto.

O deputado Clodoaldo Magalhães (PTB), presidente da comissão da Alepe disse que irá lutar até o fim para a anulação deste processo e destacou o HUP como a única emergência em psiquiatria do Estado. “Toda a rede da Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) está ligada ao Ulysses.

Não vou calar enquanto o projeto continuar”, afirmou.

Para ele, o projeto não contempla a reforma psiquiátrica.

Clodoaldo mostrou-se indignado com o processo do projeto. “Não houve acerto algum com as Secretarias de Saúde.

O projeto já veio pronto”.

Além do Ulysses Pernambucano, também funcionam neste espaço o Hospital Helena Moura e o Centro de Prevenção e Tratamento de Alcoolismo (CPTRA), serviços fundamentais para a saúde Pernambucana. “Não chegou nenhum tipo de proposta para a Secretaria de Saúde do Estado”, ratificou Marcela Lucena, diretora de Atenção à Saúde Mental da SES.

Por esse motivo, ela alega não ter ainda nenhum posicionamento oficial.

A diretora do Ulysses Pernambucano avalia que o processo correu de forma desrespeitosa.“Em momento nenhum isso foi discutido com profissionais da saúde mental”, disse.

Ela questionou o sentido de abrir mão do espaço em prol de um estabelecimento comercial. “O processo veio travestido de reforma psiquiátrica e ambiental e o próprio HUP foi vanguarda nesta reforma”.

Em consonância com os demais, o deputado Raimundo Pimentel definiu: “qualquer investimento sério trataria com respeito os enfermos.

Foi um grande equívoco.

Primeiro foi lançado na mídia, mas o debate deveria ter sido feito antes”.

Clodoaldo ressaltou que o atual arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido teria recebido o projeto já pronto e concluiu parafraseando a campanha da fraternidade deste ano.“Não se pode servir ao mesmo tempo a Deus e ao dinheiro”.

Fernando Costa, executivo da Santa Casa de Misericórdia, teve pouco espaço para defender o projeto assinado pela irmandade.

Bombardeado por críticas ao projeto e ao processo, Costa pediu respeito aos que zombaram do papel filantrópico da Santa Casa e destacou o Hospital de santo Amaro como uma prova disso.

Acuado, Costa saiu sem dar entrevista, alegando outros compromissos.

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