Da Folha Online O líder do governo na Câmara, Candido Vacarezza (PT-SP), descartou nesta segunda-feira a possibilidade de o PT retirar do cargo o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto.

O deputado classificou de “sem pé nem cabeça” as insinuações de que Vaccari se afastaria do cargo para evitar danos ao partido em ano eleitoral –uma vez que o tesoureiro é acusado de cobrar propina a empresários interessados em se associar a fundos de empresas estatais. “Isso é um acinte falar em se retirar o Vaccari da tesouraria do PT.

Não tem pé nem cabeça.

As informações de que ele está enfraquecido eu só vejo na imprensa, não no PT.

Ele é tesoureiro do PT e continuará sendo”, afirmou Vacarezza.

O líder negou recuo do partido na decisão de não entregar a Vaccari a tesouraria da campanha da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) à Presidência da República.

Segundo o petista, antes de surgirem denúncias contra Vaccari, o partido havia decidido desvincular a tesouraria da campanha daquela vinculada à legenda. “Antes das denúncias estava definido que a tesouraria de campanha seria diferente da tesouraria do PT.

Não é verdade dizer que ele não será mais o tesoureiro da Dilma”, afirmou.

O líder disse que o PT não teme a possibilidade de instalação de uma CPI no Senado para investigar as denúncias que envolvem o petista e a Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo).

Vaccari é investigado pelo Ministério Público de São Paulo por supostamente desviar recursos da cooperativa para as campanhas eleitorais do PT, acusação que ele nega. “CPI é um instrumento de minoria.

Se eles tiverem número, vamos nos preparar para enfrentar.

A oposição se concentra em denúncias com poucas propostas ao país”, afirmou Vacarezza.

Segundo a revista “Veja”, a denúncia de que Vaccari teria cobrado propina a empresários foi feita ao Ministério Público Federal pelo doleiro Lúcio Bolonha Funaro, que colabora com as investigações do esquema do mensalão em troca de redução de pena.

Em depoimento, Funaro contou que Vaccari atuava informalmente como representante do governo federal na intermediação de investimentos dos fundos de pensão em negócios privados.

A Bancoop também recebeu aporte de recursos dos fundos de pensão.

Essa operação é alvo de outro inquérito, este conduzido pela Polícia Federal.

Em nota, a cooperativa voltou ontem a negar irregularidades.

Segundo a “Veja”, Funaro revelou que, para incluir os fundos em negócios privados, Vacccari cobraria propina de 12% para ser repassada ao PT.

O dinheiro alimentaria campanhas e serviria para a compra de apoio político.

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