Por Carlos Eduardo Ramos Xavier Junior carlos.xavier@ipea.gov.br A recente apresentação de um levantamento realizado pelo consórcio Petrobras/Petróleos de Portugal (Petrogal) à sociedade eleva Pernambuco a outro patamar na exploração de petróleo e gás no Brasil.

Isto se deve ao fato de que a quantidade e qualidade dos estudos disponíveis sobre a Bacia de Pernambuco-Paraíba têm se mostrado pouco eficiente na atração de investidores dispostos a prospectar por este importante recurso na região.

Com a posterior interpretação deste levantamento, é possível que se encontre indícios da presença de óleo e/ou gás natural na região, o que levaria à perfuração de poços exploratórios nos próximos anos e, confirmada a existência de hidrocarbonetos, ao início de sua extração, ou “produção”, no jargão da indústria.

A produção de hidrocarbonetos em Pernambuco significaria um aumento de vários milhões de reais no orçamento estatal, oriundos dos royalties pagos pelas empresas petrolíferas, a serem investidos nas áreas julgadas mais importantes pelo estado.

Este cenário promissor, de longo prazo, poderia envolver ainda a construção de bases locais de operações das empresas envolvidas, gerando ainda mais emprego e renda para o estado.

A realização do estudo também é positivo no sentido de atrair novas empresas para atuar no estado.

Explique-se: Com o passar dos anos, os dados recém-adquiridos tornam-se públicos e passam a ser disponibilizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) como parte de um pacote de dados para que outras empresas possam, caso lhes seja interessante, prospectar óleo na região.

Antes do levantamento em questão o risco de aventurar-se em águas pernambucanas em busca de petróleo era altíssimo, tendo sido assumido apenas pelo consórcio Petrobras/Petrogal, presentes também nas descobertas iniciais do pré-sal, no campo de Tupi, região considerada como de altíssimo risco no passado.

Quando os dados agora levantados se tornarem públicos outras empresas poderão se interessar por realizar investimentos em Pernambuco, desta vez com menor risco.

Assim como no pré-sal, o potencial de retorno para as primeiras empresas que chegaram é certamente proporcional ao risco assumido, pois dominarão dados exclusivos por alguns anos.

O retorno para Pernambuco, por outro lado, é certo, seja através de recursos financeiros gerados por uma eventual descoberta, seja pelos dados já levantados permitirem aos órgãos oficiais que, desde já, conheçam melhor as potencialidades naturais existentes.

Técnico de Planejamento e Pesquisa no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)