Foto: Veja.com Do Jornal do Commercio Uma testemunha ouvida pela Procuradoria Geral da República nas investigações do mensalão do PT citou, como envolvido no esquema, o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto.
A informação consta de reportagem publicada na última edição da revista Veja.
Vaccari é alvo de investigação do Ministério Público sobre supostos desvios de recursos na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop), da qual é presidente licenciado.
Segundo a reportagem, o doleiro Lúcio Funaro, envolvido no mensalão, disse que Vaccari, à época diretor da Bancoop, intermediava operações entre fundos de pensão de estatais e bancos privados, dos quais cobrava comissões.
Isso serviria para alimentar o mensalão revelado em 2005 – esquema pelo qual o PT utilizaria recursos de caixa dois para pagar propina a deputados da base aliada.
Os recursos arrecadados – o “pedágio” cobrado por Vaccari variava de 6% a 15% do valor dos aportes dos fundos nos bancos, segundo Funaro – abasteciam o caixa dois do PT.
Para livrar-se de acusações de fraudes, Funaro teria feito, em 2005, acordo de delação premiada com a procuradoria.
Segundo a revista, ele contou ter se encontrado na Bancoop com Vaccari e com o ex-deputado Valdemar Costa Neto, réu do mensalão.
Segundo o doleiro, Vaccari agia em parceria com o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, sob o comando do chefe da Casa Civil, José Dirceu.
Em nota divulgada ontem, Vaccari nega as acusações feitas por Funaro e acusa a revista Veja de usá-lo para atingir o PT.
Segundo ele, a acusação de Funaro não tem “a mínima consistência”, tanto que o Ministério Público não tomou qualquer medida contra ele a partir dos seus depoimentos, tomados em 2005. “Passados cinco anos, nunca fui chamado para prestar esclarecimentos ao Ministério Público Federal.
O MP não propôs ação contra mim, nenhuma denúncia foi apresentada”, diz Vaccari na nota divulgada pela Executiva do PT.
Ontem, o jornal Folha de S.Paulo publicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prestará depoimento no processo do mensalão do PT dizendo que foi alertado sobre a existência do esquema antes de ele vir à tona.
A oposição quer aguardar a oficialização do depoimento de Lula, mas adianta que ele pode trazer uma revelação grave. “Se o presidente confirmar aquilo que negou antes, será inexplicável e comprometedor”, insistiu o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra.
Saiba mais sobre o caso Vaccari.