da Folha Online Uma testemunha dos assassinatos do cartunista Glauco Villas Boas, 53, e de seu filho Raoni Pires Villas Boas, 25, afirmou à polícia que conhecia um dos criminosos, segundo informações da SSP (Secretaria de Segurança Pública).
Apesar disso, ninguém havia sido preso até o final da manhã desta sexta-feira.
O cartunista e seu filho foram mortos a tiros por volta da 0h de hoje em uma tentativa de assalto na casa em que moravam, no bairro Jardim Três Montanhas, em Osasco (Grande São Paulo).
A residência foi invadida por três homens que pareciam estar sob efeito de drogas.
De acordo com informações de Ricardo Handro, advogado de Glauco, o cartunista negociou com os criminosos e iria sair de casa com a dupla, aparentemente para sacar dinheiro, deixando a mulher e os filhos em casa.
Apesar disso, um dos filhos de Glauco chegou à residência no momento em que deixavam o local.
Houve discussão com os assaltantes, que atiraram e mataram pai e filho.
O cartunista e seu filho chegaram a ser socorridos por testemunhas e encaminhados para o Hospital Albert Sabin, em São Paulo, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.
O caso foi registrado no 1º DP de Osasco e será encaminhado para o 7º DP da cidade, segundo informações da Polícia Civil.
Por volta das 9h, o corpo do cartunista permanecia no IML (Instituto Médico Legal) de Osasco.
A polícia não soube informar se algo foi roubado da residência de Glauco.
Carreira Nascido em Jandaia do Sul, interior do Paraná, Glauco começou a publicar suas tirinhas no “Diário da Manhã”, de Ribeirão Preto, no começo dos anos 70.
Em 1976, foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba e, no ano seguinte, começou a publicar seus trabalhos na Folha de maneira esporádica.
A partir de 1984, Glauco passou a publicar suas tiras regularmente no jornal.
Entre seus personagens estão Geraldão, Cacique Jaraguá, Nojinsk, Dona Marta, Zé do Apocalipse, Doy Jorge, Ficadinha, Netão e Edmar Bregman, entre outros.
Em 2006, ele lançou o livro “Política Zero”, reunião de 64 charges políticas sobre o Governo Lula publicadas na página 2 da Folha.
Glauco também era líder da igreja Céu de Maria, ligada ao Santo Daime e que usa a bebida feita de cipó para fins religiosos.