colaboração para a Folha Online O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu nesta sexta-feira que o governo tem encontrado dificuldade para unir partidos da base aliada no mesmo palanque em alguns Estados para a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), pré-candidata à Presidência da República. “Eu sei perfeitamente que nem sempre é possível realizar nosso desejo, que é o de juntar no mesmo barco todo mundo que a gente respeita e admira. Às vezes, as realidades locais e o histórico de disputas passadas ou presentes falam mais alto”, disse em entrevista ao jornal “Folha de Londrina”.

O prejuízo com a disputa entre legendas aliadas, na visão do presidente, recai sobre a candidatura da ministra Dilma.

Por isso, ele já sinalizou que a ministra poderá subir em dois palanques em alguns Estados.

Entretanto, no Paraná, por exemplo, a direção do PT rompeu aliança com o governador Roberto Requião (PMDB), para fortalecer a aproximação com o principal desafeto de Requião e pré-candidato ao governo do Estado, o senador Osmar Dias (PDT). “Tenho grande admiração pelo companheiro Osmar Dias e, é claro, mantenho o apoio à aliança do PT com o PDT no Paraná”, comentou Lula sobre o assunto, antes de ressaltar que ainda pretende levar a diante a dura missão de unir os três partidos no Estado. “Temos feito um esforço de juntar todos os partidos da base aliada num palanque único em cada Estado.

Assim, continuaremos a conversar com os partidos da base aliada no Paraná para a consolidação dessa aliança que, do meu ponto de vista, torna os partidos mais fortes e fortalece também a candidatura à Presidência da ministra Dilma”, disse.

Disputa O PT no Paraná anunciou no início do mês o rompimento da aliança Requião e entregou todos os cargos de confiança na administração do peemedebista.

As relações entre os partidos estavam prejudicadas diante das frequentes declarações de Requião contra o PT, que procura um palanque forte no Paraná para a candidatura presidencial da ministra Dilma Rousseff (casa Civil).

Requião, que tem planos de candidatar-se ao Senado, sentiu ter sido alijado deste processo de articulação e passou a criticar os petistas.

Ele chegou a acusar o ministro petista Paulo Bernardo (Planejamento) de tentar superfaturar uma obra ferroviária.

O ministro nega e estuda processar Requião por crime de calúnia e difamação.

Com tudo isso, Requião volta suas articulações ao PSDB do prefeito de Curitiba, Beto Richa, pré-candidato ao governo e principal adversário de Osmar Dias, segundo as pesquisas.

Ele também mantém conversas com o governador de São Paulo, o tucano José Serra, para formar palanque no Paraná a eventual candidatura presidencial do paulista.