Evandro Fadel, da Agência Estado O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira, 12, em entrevista à Rádio Banda B, logo que chegou a Curitiba, a máquina fiscalizadora do Estado, reclamando que muitas vezes ela não permite que as obras aconteçam. “Sou favorável a toda e qualquer fiscalização que façam, até 24 horas, via satélite.

Acontece que as coisas são complicadas.

Muitas vezes as pessoas levantam suspeitas de uma obra, paralisa a obra e só depois da obra paralisada chega a conclusão que está correta.

Quem paga o prejuízo da obra paralisada?

Não aparece.

O povo brasileiro paga porque não tem obra”, disse.

Segundo ele, é preciso encontrar “novos mecanismos” de fiscalização. “Temos uma máquina de execução frágil e mal remunerada e temos uma máquina de fiscalização altamente modernizada.

Há um descompasso e é preciso um ajuste para as obras poderem andar.” As palavras de Lula foram ditas antes de ele chegar à Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), em Araucária, na região metropolitana de Curitiba, onde inaugura a primeira etapa das obras de modernização e ampliação, que devem se encerrar somente em 2012.

Principal obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Paraná, o Repar foi uma das quatro obras da Petrobras que o Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou que fossem impugnadas.

Em 2009 o TCU apontou problemas em 19 dos 52 contratos da refinaria.

Os editais do empreendimento, que deve receber investimento de 5,4 bilhões da Petrobrás até 2012, teriam restringido a competitividade e os contratos apresentariam indícios de superfaturamento, segundo o tribunal.

A decisão do TCU foi incluída na Lei Orçamentária para 2010, que recebeu o veto do presidente, garantindo a continuidade da obra.

No dia 10 de fevereiro, a Câmara dos Deputados aprovou os vetos do presidente à Lei Orçamentária, sacramentando a decisão.