De Daniel Guedes e Jamildo Melo Paulo Oliveira, pai da advogada pernambucana Paula Oliveira, que teria fingido ter sido vítima de uma agressão racista na Suíça, conversou no início da noite desta quinta-feira (11) com o editor deste blog, Jamildo Melo.
Por telefone, Paulo desmentiu categoricamente que sua filha tenha sido deportada, afirmou que ela está no Recife desde o início do mês e falou do drama que ele e sua família têm vivido nos últimos meses.
Para ele, houve injustiças e sua filha lutava “em desvantagem e em território inimigo”.
O caso da pernambucana voltou hoje porque chegou à imprensa a versão de que Paula teria que deixar a Suíça no fim do mês, pois autoridades suíças teriam se negado a prolongar seu visto de permanência no país.
Paulo, no entanto, chama esta versão de mentirosa. “Não tem a menor veracidade.
Não é verdadeira esta informação.
Não são verdadeiras as notícias que cogitam a deportação pelo governo suíço”, afirmou categoricamente o pai da jovem.
Paulo, que trabalhava como o assessor do deputado federal Roberto Magalhães (DEM-PE), salientou durante a entrevista que ela já está com sua família no Recife desde o início deste mês. “Como podem pedir deportação se ela já está no Brasil.
Ela estava no Brasil e não tinha intenção de voltar.
Não tem procedência nenhuma essa história de deportação.
Isso é coisa de jornalismo marrom (dos tablóides suíços)”, disse pedindo que os familiares tivessem a privacidade respeitada.
De acordo com o assessor parlamentar, o processo no cantão de Zurique contra sua filha foi encerrado no dia 16 de dezembro do ano passado, quando acontecia a conferência mundial do clima, em Copenhague. “Eles escolheram a data para não chamar a atenção da mídia.
Nem durante o processo, nem na sentença, foi cogitada a deportação de Paula”.
O pai da advogada informou que a filha foi sentenciada a pagar as custas do processo, mas não disse qual o valor da pena.
Afirmou apenas que era “dez vezes mais barato que ficar apelando e sofrendo injustiças”.
A sentença, garante Paulo, foi dada após a jovem ter todos os pedidos de apresentação de provas negados pela juíza responsável pelo caso. “Houve parcialidade.
Paula apresentou-se para ir a julgamento com pneumonia aguda, atestada por um hospital suíço.
Mesmo assim foi julgada.
Isso não se vê nem em corredor da morte”.
Da sentença que Paula sofreu, cabiam dois recursos, diz o pai.
Um para o Tribunal do Cantão de Zurique e outro para o Supremo Tribunal da Suíça.
Aconselhada pela família, Paula não recorreu.
Pagou a multa e voltou para casa. “Estávamos lutando em desvantagem e em território inimigo”.
O assessor também falou na entrevista da dor de sua família e fez críticas à imprensa. “Minha mãe tem 81 anos e quase morre.
Eu estou um bagaço.
O tempo que perdi é o mínimo.
Perdi qualidade de vida com aflição e angústia sem tamanho.
E sempre aparece uma imprensa marrom para atrapalhar ainda mais as coisas”.