Por Roseane Albuquerque, da Rádio Jornal em Petrolina Sob a perspectiva de uma injeção de investimentos e implantação de um novo modelo de gestão, o governo do Estado deve ‘abraçar’ duas das mais importantes unidades hospitalares do sertão do estado: o Hospital Dom Malan, referência no atendimento a mulheres e crianças, e o Hospital de Urgência e Traumas, ambos em Petrolina.
O vice-governador e secretário estadual de Saúde, João Lira Neto, informou sobre a novidade nesta quinta-feira, durante o encerramento da Oficina de Regionalização, neste município sertanejo. “Vamos discutir um novo modelo de gestão, e se for necessário, vai haver essa desmunicipalização dos hospitais.
Esse foi um fato que nos foi colocado e em nenhum momento estaremos nos omitindo.
Vamos enfrentar como acontece com outras regiões do estado.
Essa conversa deve acontecer em breve espaço de tempo.
Se for para estadualizar, faremos isso”, frisou João Lira Neto.
Questionado se o governo terá condições de atender adequadamente à população de Petrolina, uma vez que na capital e região metropolitana a saúde também enfrenta problemas, o vice-governador foi enfático e falou dos investimentos que vêm sendo implantados. “Na área metropolitana são 4 milhões de habitantes e há quase 40 anos não se construía um hospital.
Nessa gestão já entregamos uma unidade e outros dois estão em construção.
Além disso, estamos reestruturando alguns hospitais.
Temos dificuldades sim, mas estamos mudando o modelo de gestão e a avaliação que se faz é positiva no que diz respeito à melhoria na qualidade de atendimento.
O que existe é excesso de demanda para a capacidade de atendimento”.
Sobre o movimento de médicos obstetras que devem entregar cartas demissionárias à direção do HDM, o vice-governador disse que não tinha conhecimento do fato e que uma vez acertada definitivamente a devolução da unidade de saúde para o estado, deve começar então um processo de conversação com a categoria. “Não temos recursos sobrando, mas faremos o que for necessário para garantir o acesso da população à saúde.
Tem agora toda uma questão burocrática a ser resolvida, os hospitais terão que ser devolvidos junto com os recursos que recebem.
Com relação aos médicos, vamos conversar com aqueles que têm vínculo com o estado”.
Para o prefeito Júlio Lóssio, a partir do momento em que o HDM e o Traumas passem a ser geridos pelo estado, o município terá um orçamento melhor para aplicar na saúde básica. “O Dom Malam vem funcionando com muita dificuldade, como sempre foi: às vezes melhora, às vezes não.
Temos deficit de modelo de gestão e financeiro.
O que existe hoje é um recurso de R$ 600 mil, repassado pelo Ministério da Saúde, mas os custos mensais chegam a R$ 1 milhão e 800 mil.
Temos que acreditar que vai dar certo.
A melhora virá quando melhorarmos gestão e financiamento.
Não temos outro caminho que não seja o da mudança.
Quando se municipalizou o Dom Malan, se esqueceu que a cidade ia crescer, os médicos do Estado iriam se aposentar, a demanda ia aumentar, e não se criou um aporte financeiro para isso.Ficaram os mesmos recursos de 20 anos atrás para atender demandas maiores.
Agora nós pretendemos avançar na saúde básica”, enfatizou.