Folha questiona contratação de Luís Nassif pela EBC Do Comunique-se A Folha de S.
Paulo desta quinta-feira (11/03) questiona o motivo que levou a estatal Empresa Brasil de Comunicação (EBC) a contratar o jornalista Luís Nassif sem processo de licitação.
Segundo o jornal, a Dinheiro Vivo Agência de Informações, empresa de Nassif, recebe R$ 1,28 milhão anuais para a realização do programa Brasilianas.org, que consiste em um debate semanal, de uma hora, e cinco filmes semanais de três minutos.
O texto da Folha também afirma que, em seu blog, Nassif adota uma postura pró-governo “em várias polêmicas, discussões e escândalos”, com críticas a repórteres e jornais.
Nassif contesta a matéria e diz que o processo de contratação foi legal, sem nenhuma orientação política. “O programa Projeto Brasil seria renovado com a TV Cultura.
Não o foi devido a críticas que fiz a José Serra (…).
Se a intenção fosse ser chapa branca, não faria as críticas merecidas à Sabesp e ao Serra.
Não há um elemento que caracterize irregularidade ou proteção no contrato.
Os valores estão claros, dentro da lógica de qualquer programa de TV aberto ou fechado”, diz o jornalista em seu blog, que enfatiza que a Folha omitiu essa explicação na matéria.
Em sua defesa, a EBC alega que Nassif foi contratado por inexigibilidade de licitação, por seu reconhecimento no mercado.
O diretor do departamento jurídico da estatal, Luís Henrique Martins dos Anjos, diz que a contratação foi legal, já que a licitação não é necessária em casos de programas artísticos ou jornalísticos, cujos direitos autorais pertencem a outras pessoas.
Para o jornalista, ficou claro que o jornal pretendia contestar “o desmonte do falso escândalo que a Folha criou sobre a Eletronet”, sobre o suposto interesse da empresa em atos do governo, notícia criticada pelo jornalista em seu blog.
Na matéria de hoje, o jornal diz que Nassif tentou desqualificar os repórteres da Folha por terem revelado a suposta irregularidade. “Foi uma represália porque na semana passada eu mostrei que a denúncia sobre a Eletronet era furada, então mandaram um repórter encontrar qualquer coisa sobre mim que pudessem fazer um escândalo”, afirma Nassif.
Em seu blog o jornalista apresenta os e-mails trocados com Rubens Valente, repórter da Folha, e critica a edição de partes que considera importantes. “(…) o objetivo da Folha foi o de devassar os negócios da Dinheiro Vivo, valer-se de um tom inquisitorial para questionar negócios comerciais legítimos e com benefícios comprovados para a sociedade”.
A diretora de jornalismo da TV Brasil, Helena Chagas, rebate a informação do jornal. “O jornalismo da TV Brasil não se pauta por ser pró ou contra o governo.
Contratamos o Nassif porque o programa dele interessa aos cidadãos, tem um formato muito diferente, que envolve a internet e a televisão. É um programa isento, equilibrado e plural”, justifica