deu no Estadão Empenhado em amenizar o estrago do caso Bancoop na candidatura presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, setores do PT cogitam contratar um “executivo” para comandar as finanças da campanha.

A ideia, defendida por alguns membros da cúpula petista, é buscar um nome fora do meio político, talvez um empresário ou representante do setor financeiro.

Segundo defensores da proposta, esta seria uma forma de evitar que acusações como as lançadas pelo Ministério Público Estadual sobre o novo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, contaminem o projeto eleitoral de Dilma.

O PT já propõe há algum tempo que o tesoureiro do partido não acumule as contas da campanha.

Mas, depois que o caso Bancoop voltou à tona, no último fim de semana, dirigentes da sigla procuraram afastar qualquer possibilidade de Vaccari exercer as duas funções.

Alguns sugeriram de imediato que as contas da eleição fiquem a cargo do ex-prefeito de Diadema José de Filippi Júnior, que ocupou o posto na campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

Mas Filippi é candidato a deputado, o que levou a direção da legenda a escantear a sugestão.

A única possibilidade de ele ficar com a vaga, dizem seus colegas de partido, é se ele abrir mão de concorrer a uma cadeira na Câmara.

Apesar de ter o endosso de parte da coordenação da campanha de Dilma, a proposta de trazer um executivo para a vaga não é consenso no PT.

Parte dos dirigentes avalia que seria um tiro no pé colocar numa posição estratégica uma pessoa pouco familiarizada com trâmites de uma campanha eleitoral.

De qualquer forma, o tesoureiro de Dilma deve demorar para ser anunciado.

Na visão de petistas, tornar essa informação pública agora serviria apenas para dar à oposição mais um alvo para ataques.

Até lá, o mais provável é que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (SP) fique encarregado de comandar as primeiras conversas com potenciais doadores. “Para nós, não muda nada.

Continuamos focados na campanha da Dilma e o Vaccari continua tesoureiro do PT”, afirmou o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, que voltou a descrever o caso como “requentado”. “Os cães ladram e a caravana passa.” Mesmo diante da repercussão obtida pelo caso, já é certo no PT que Dilma passará ao largo do caso Bancoop.

A orientação dada pelo comando partidário é de que ela se concentre em nas atividades de pré-campanha e ignore a repercussão do episódio.

A agenda de Dilma, dizem aliados, poderá passar por uma reformulação por causa do novo cenário.

Uma das linhas propostas é focar em eventos com a militância petista, uma demanda já manifestada há meses por alguns diretórios regionais da sigla.

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