Por Augusto Coutinho Hoje é o 100º Dia Internacional da Mulher.
O mundo mudou muito desde quando, há um século, a data foi criada e o que em 1910 era apenas sonho, hoje, em parte, tornou-se realidade.
Para efeito de comparação, a presença da mulher no mercado de trabalho no começo do século passado era mínima.
O voto feminino ainda não existia na maior parte das “democracias”, inclusive no Brasil.
A violência doméstica não só não era combatida, mas era aceita como um “direito” do homem.
O papel da mulher na sociedade ainda se encontrava praticamente restrito às tarefas domésticas.
Mas tudo isso começava a mudar.
Lentamente.
Injustamente.
Foi devagar e tortuoso o caminho para que as sociedades finalmente entendessem a absoluta necessidade de direitos iguais entre homens e mulheres.
Não foi pacífica a aceitação do fim do preconceito.
Hoje, felizmente, a questão universalizou-se.
Pelo menos no ocidente democrático, nenhum governo, lei ou costume tolera a discriminação.
No entanto, é verdade também que as diferenças sociais e econômicas entre os sexos ainda persistem – mulheres ganham menos e trabalham mais que os homens, por exemplo.
Mas estas diferenças já não são aceitas como coisa certa.
O machismo, que ainda cega uma parte do mundo atual, que ainda oprime e mata, é hoje considerado um preconceito anacrônico.
Um crime.
Não há legislações que discriminem a condição feminina.
Pelo menos institucionalmente – nas leis e na moral dominante - a igualdade entre os sexos é uma realidade, é uma conquista.
Se no ocidente democrático isto é uma verdade, infelizmente ainda não o é na vida diária deste mesmo ocidente e em muitas outras culturas em todo o mundo.
Na África, apesar de considerada crime, a prática de mutilar mulheres ainda existe.
Em alguns países mulçumanos, os mais radicais, a mulher tem que se esconder embaixo da vergonhosa burca.
Em nossas cidades, homens ainda ferem e matam suas companheiras.
Há muito ainda a ser feito para que o mundo possa dissipar todas as discriminações forjadas no preconceito.
Mas é inegável que o caminho da total igualdade não tem volta.
Neste sentido, 8 de março é uma comemoração singular.
Hoje não é o dia de uma pessoa nem de um país. É o dia para se pensar na libertação de todo um gênero.
Mulheres de todas as raças, de todas as cores, de todas as culturas; mulheres oprimidas ou livres; mulheres de todas as idades e condições sociais; todas as mulheres do mundo têm no dia de hoje um marco para afirmar que o argumento da inferioridade é um absurdo inaceitável, que a desigualdade é uma injustiça, que as humilhações e violências são crimes não contra elas, mas contra a humanidade.
Há o que se comemorar, sem dúvida.
Como disse antes, o mundo mudou.
Felizmente.
Mas há muito a se refletir.
Há mais ainda a ser feito.
O 8 de março deve ser sempre uma data que vai muito além das homenagens. É um dia no qual todos devem reafirmar que a discriminação contra a mulher é uma brutalidade comparável aos piores preconceitos.
A vocês, mulheres, minhas saudações por este dia.
Com elas, minha inteira solidariedade e meu compromisso de lutar para que as conquistas conseguidas até agora se ampliem e que o direito à igualdade seja finalmente uma realidade universal.
PS: Deputado Augusto Coutinho (DEM), líder da Oposição na Assembleia Legislativa