Um dos poucos integrantes do PMDB que resistiram a aderir ao governo Lula, o senador Jarbas Vasconcelos (PE), aliado de primeira hora do PSDB e do governador José Serra, está preocupado e desesperançado com o futuro da oposição, caso persista a demora do grupo para anunciar que o tucano paulista é o adversário da petista Dilma Rousseff na eleição presidencial, conforme mostra reportagem de Gerson Camarotti e Maria Lima publicada na edição deste domingo do GLOBO.

O senador diz que o PSDB devia estar com seu candidato na rua.

E vê outro problema na estratégia da oposição: vincular uma eventual vitória de Serra à dobradinha com o tucano Aécio Neves. ( Ouça trecho da entrevista ) O GLOBO: Há uma ansiedade generalizada na oposição.

Qual o prazo para Serra se declarar candidato? " O crescimento de Dilma surpreendeu a eles e a nós. É a verdade, não faz mal dizer que estamos debilitados e desarticulados " JARBAS VASCONCELOS: O prazo de Serra acabou.

Estamos sendo atropelados pelos fatos.

O crescimento de Dilma surpreendeu a eles e a nós. É a verdade, não faz mal dizer que estamos debilitados e desarticulados.

Isso não são fatores que irão incapacitar uma vitória daqui a sete meses.

Havia uma inércia que se justificava até o final do ano.

Mas se Dilma teve esse crescimento, é preciso repensar.

Ela cresceu mais do que a gente esperava.

Se Lula e os dirigentes nacionais do PT se surpreenderam, por que a gente não pode se surpreender?

E quem se surpreende tem que tomar uma ação.

O GLOBO: A dubiedade de Serra para o público pode atrapalhar?

JARBAS: A persistir, sim.

Estamos em março e já tivemos dano por causa das indefinições, que não posso mensurar.

Se ele resolvesse isso ontem (quarta-feira passada) seria importante para montar palanques pelo país.

Ele tem que resolver neste fim de semana, chamar pessoas não só de São Paulo.

A gente está com dois problemas: primeiro a demora, e segundo, um erro estratégico de vincular uma vitória de Serra a uma candidatura do governador de Minas (Aécio Neves) como vice.

Ele tem negado essa hipótese reiteradamente.

Então, se ele não for vice, fica parecendo que a chapa estará debilitada.

Em política, é um erro jogar tudo em cima de uma pessoa.

Fica parecendo que só se ganha se for com Aécio.

Isso pode ser uma debilidade a mais.