Do Blog de Josias de Souza Abalroado pelo escândalo da Bancoop, João Vaccari Neto, o tesoureiro do PT, será mantido à distância das arcas da campanha de Dilma Rousseff.

A decisão de dotar o comitê de Dilma de tesoureiro próprio já estava tomada.

A conversão de Vaccari em ‘gestor-problema’ apenas a tonificou.

Vaccari era, até a semana passada, presidente da Bancoop, a cooperativa habitacional dos bancários de São Paulo.

Desligou-se da função para segurar a chave dos cofres do PT.

Na última sexta (5), teve a quebra de seu sigilo bancário requerida. À frente de uma investigação aberta há tres anos, o promotor José Carlos Blat, do Ministério Público de São Paulo, deseja apalpar as contas de Vaccari.

Blat associa Vaccari a malfeitos que, segundo diz, converteram a Bancoop numa “organização criminosa cuja função principal é captar recursos para o caixa dois do PT”.

Levado às páginas de Veja, Vaccari defendeu-se numa nota: “Nunca houve nenhum tipo de acusação contra mim e não respondo a nenhum processo, civil ou criminal”.

A Bancoop também cuidou de divulgar na web uma manifestação.

Anota que a reportagem da revista “tem nítida finalidade política”.

Acrescenta que a publicação “se explica pela previsão de instalação […] de CPI sobre a Bancoop na Assembléia Legislativa de São Paulo”.

Coisa “requerida, ainda em 2008, pela bancada de deputados do PSDB”.

Ou seja, a Bancoop insinua que o tucanato de José Serra estaria por trás da denúncia.

Enquanto Dilma dá expediente na Casa Civil e comitê eleitoral dela não tem existência formal, Vaccari cuida da cozinha financeira.

No momento, negocia o aluguel do imóvel que servirá de sede para o futuro guartel-general da candidata.

O PT já tem inclusive um local em vista.

Fica num prédio do Setor Comercial Sul de Brasília.

Uma edificação ligada pela garagem, no subsolo, ao edifício onde funciona a sede do partido.

Vaccari é mantido à distância, porém, da sala de jantar da campanha.

Ali, quem mexe os talheres é Antonio Palocci (PT-SP), deputado e ex-ministro da Fazenda.

Em refeições reservadas, Palocci faz os contatos que visam conectar a campanha de Dilma às caixas registradoras do empresariado.