Maiá Menezes RIO - A Justiça aceitou na noite de quarta-feira denúncia do Ministério Público estadual contra os ex-governadores do Rio de Janeiro Anthony Garotinho e Rosinha Garotinho por improbidade administrativa, em ação civil pública distribuída à 6 Vara de Fazenda Pública.
Também são réus 16 acusados de operar o suposto esquema de desvios de verbas públicas de ONGs e empresas de fachada para despesas de campanha, como O GLOBO denunciou há quatro anos.
A investigação durou dois anos e os resultados serão divulgados pelo MP na tarde desta quarta-feira, com a participação do procurador- geral de Justiça, Claudio Lopes.
Em abril de 2006, O GLOBO iniciou uma série de reportagens sobre a ligação entre empresas que fizeram doações à pré-campanha de Garotinho à Presidência e ONGs que tinham contratos com a Fundação Escola de Serviço Público (Fesp), do governo estadual.
As empresas doadoras - entre elas a Virtual Line e a Emprin, citadas pelo Ministério Público Federal - não funcionavam nos endereços declarados à Receita Federal, à Previdência e ao próprio PMDB, que atestou as doações.
Três das quatro empresas doadoras tinham como sócios integrantes de ONGs que receberam R$112,5 milhões do governo do estado, de 2003 até maio de 2006.
As ONGs foram contratadas sem licitação e são as mesmas citadas pela investigação do Ministério Público.
Juntas, as quatro empresas doaram R$650 mil ao PMDB.