Chico de Gois BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou nesta quarta-feira da oposição uma fonte de recursos para pôr em prática o projeto do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) que prevê aumento do benefício do Bolsa Família para famílias em que as crianças tenham um bom desempenho escolar.

O projeto foi aprovado na terça-feira, em caráter terminativo, na Comissão de Educação do Senado.

Para Lula, o Bolsa Família não é um benefício de mérito, no sentido de premiar quem se sai melhor na escola. “O Bolsa Família é um programa para garantir as proteínas e calorias necessárias para o povo mais pobre deste país”.

Mesmo assim, ele avaliou que a ideia de Tasso pode ser boa, desde que se aponte de onde virá a verba. “Eu não vi a decisão deles ainda, mas só espero que eles tenham colocado de onde vai tirar o dinheiro.

Todo gasto proposto tem de ter uma fonte de receita.

Mas tudo o que for aprovado em benefício do povo é bom.

Agora, digam de onde vai vir o dinheiro”.

Ainda durante a entrevista, Lula provocou a oposição, dizendo que se todo o mal que ela quiser causar ao seu governo redundar em mais benefícios sociais, ele estará feliz. “Se todo o mal que o meu governo puder causar é os meus adversários tentarem aprovar mais políticas sociais, ótimo”, declarou.

O presidente também criticou a Câmara, pela aprovação, na semana passada, de uma emenda que destina parte dos recursos do fundo social do pré-sal para recompor perdas da aposentadoria.

De acordo com a emenda, 5% dos recursos que o fundo destinar a gastos de combate à pobreza deverão ser alocados na previdência com essa finalidade.

Para Lula, o ano eleitoral não pode servir para fazer valer a “farra do boi” , isto é, a gastança descontrolada só para beneficiar as bases eleitorais.

E voltou a responsabilizar os opositores por não aprovarem a prorrogação da CPMF para a saúde. “Se eles tivessem feito isso há mais tempo atrás, a gente poderia estar melhor.

Eles poderiam ter contribuído para melhorar a saúde se não tivessem derrubado a CPMF.

Poderiam ter feito isso.

Mas a mesquinharia tomou conta da política.

Então eles acharam que iriam prejudicar o governo derrubando a CPMF”, avaliou.

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