Boca que não se divide No Blog de Noblat Lula e o PT acusaram o golpe.

O Senado aprovou, ontem, projeto de Tasso Jereissati (PSDB-CE) que prevê o aumento dos benefícios do programa Bolsa Família para aquelas cujos filhos tenham um bom desempenho escolar.

Lula alega que o programa serve preferencialmente para garantir mais proteínas “para os pobres deste país”.

Nada tem a ver com estímulo a melhor desempenho escolar. - Mas desde que apontem as fontes de receita para o aumento dos benefícios…

Tudo o que for aprovado em benefício do povo está bom - acrescentou.

O Bolsa Família nasceu do Bolsa Escola, um programa de DNA tucano criado por um prefeito do PSDB do interior de São Paulo.

Foi o então governador Cristovam Buarque, do Distrito Federal, e na época filiado ao PT, que adotou, ampliou e tornou o Bolsa Escola um sucesso - aqui e em diversos outros países.

A mesada do Bolsa Escola estava condicionada à frequência escolar das crianças.

O governo Lula mudou o nome do programa, reajustou o valor da mesada, manteve a exigência da frequência escolar, mas sem fiscalizá-la com o rigor desejável, e tocou em frente.

Segundo a mais recente pesquisa Datafolha, entre os eleitores atingidos pelo programa, 40% dizem que votarão em Dilma Rousseff para suceder Lula, e 25% em Serra.

A verdade é que Lula e o PT não gostaram nem um pouquinho da iniciativa do PSDB de pôr sua impressão digital no Bolsa Família.

Ideli Salvatti, líder do governo no Congresso, por exemplo, votou contra o projeto de Jereissati. É a política, estúpido, o que importa nessas ocasiões - não o povo.

O PSDB foi quem viu primeiro o Bolsa Família, mas o PT foi quem soube extrair preciosos dividendos eleitorais dele.

Não quer perder a boca.

Nem dividi-la com ninguém.