O ex-ministro José Dirceu atribuiu a uma “campanha eleitoral contra Dilma, Lula e o PT, e a favor de Serra, FHC e o PSDB” as notícias que têm sido publicadas sobre os trabalhos que prestou a Nelson dos Santos, que comprou por 1 real o controle da Eletronet, empresa falida que tem o governo como sócio.
Em texto publicado na terça-feira em seu blog, sob o título “O caso Eletronet: um ponto final”, Dirceu confirmou ter recebido 629 mil reais de Nelson dos Santos.
Ao mesmo tempo, o ex-ministro procura desvincular essa consultoria da compra da Eletronet. “A consultoria que prestei à empresa Adne, do empresário Nelson dos Santos, ocorreu entre março de 2007 e setembro de 2009.
Começou, portanto, dois anos após a empresa Contem Canadá ter adquirido do grupo americano AES 51% da Eletronet, por 1 real, em troca de assumir porcentual idêntico da dívida da empresa, estimada atualmente em 800 milhões de reais. Àquela época, 2005, eu sequer conhecia Nelson dos Santos”, escreveu Dirceu.
Banda larga - A Eletronet opera uma rede de fibras ópticas de 16.000 quilômetros, presente em 18 Estados.
O governo planeja usar essa infraestrutura em seu Plano Nacional de Banda Larga, que está para ser anunciado em breve, e prevê também a volta da Telebrás.
No fim do ano passado, a União ganhou na Justiça o direito de posse das fibras apagadas (que não estão em uso) da Eletronet, e foi obrigado a fazer um depósito judicial de 270 milhões de reais, como caução.
Os principais credores da Eletronet são a Furukawa e a Alcatel Lucent, que forneceram os cabos e os equipamentos à empresa.
Segundo Dirceu, o governo estudava a recuperação financeira da Eletronet e, dois meses depois do início de sua consultoria a Nelson dos Santos, decidiu dar prosseguimento ao processo de falência da companhia, optando por buscar a posse das fibras. “Se a consultoria que prestei a uma das empresas de Nelson dos Santos foi mesmo sobre a Eletronet e se eu sou de fato lobista, como me acusa parte da imprensa, gostaria de saber por que, dois meses após o início do contrato de consultoria, o governo brasileiro tomou uma decisão contrária aos interesses dos controladores privados da Eletronet”, disse o ex-ministro.
Com Agência Estado