Nota de esclarecimento O Hospital Ulysses Pernambucano, seus pacientes, familiares e comunidade que participa das atividades deste centro de saúde mental gostariam, que, antes de se posicionarem de forma tão contundente sobre a desapropriação do terreno e sobre o próprio hospital, segmentos importantes da nossa sociedade conhecessem um pouco mais sobre o assunto.
O Hospital Ulysses Pernambucano está muito longe de ser uma área abandonada ou ociosa.
Ao contrário, presta um serviço incomensurável a uma parcela da população – os pacientes com graves transtornos mentais – que já passa pelas mais duras provações: a perda de faculdades mentais importantes, a rejeição da sociedade e a ruptura dos laços familiares.
E que têm no Ulysses, com sua área verde tão cobiçada e seu corpo funcional especializado, composto de 260 profissionais, sendo 38 médicos, a chance de reinserção social.
Em sua estrutura, o hospital conta com 160 leitos para pacientes com crise aguda, de curta permanência.
A taxa de ocupação diária desses leitos é 98%, o que afasta totalmente a ideia de subutilização do serviço.
Os pacientes levados à unidade nos períodos de crise e são liberados logo após o fim dos sintomas mais graves.
Hoje, a rede pública de saúde não possui nenhuma outra unidade capacitada para receber esses pacientes, em sua maioria enviados pelas residências terapêuticas e Caps.
Em sua maior parte, os pacientes do Ulysses Pernambucano sofrem de esquizofrenia (cerca de 70%).
O demais internos sofrem de alterações de humor, como transtorno bipolar e depressão (cerca de 25%) e de neuroses graves (cerca de 5%).
Em média, o tempo de permanência na unidade é de 30 dias.
Somente em 15% dos casos é necessária a internação por mais de um ano.
A ausência total de vínculos familiares é verificada em cerca de 10% dos casos.
Além desses leitos, o hospital conta com uma emergência psiquiátrica 24 horas, com 25 leitos.
O setor foi reformado, equipado e ampliado em dezembro de 2008, ao custo de R$ 500 mil.
Ambiente foi humanizado e climatizado.
Em média, a emergência atende 100 pacientes por dia, vindos de todas as regiões do Estado.
Também formando o complexo psiquiátrico, o Centro de Atividades terapêuticas (CAT) é um espaço de convivência e estimulação, onde são coordenadas atividades recreativas e terapêuticas, com auxílio de música, pintura, teatro e outras artes.
O espaço conta com uma equipe técnica de terapeutas ocupacionais, educadores físicos, artistas plásticos, arte-educadora, psicóloga, artesãos, músicos, cabeleireiras e assistente administrativo.
Onze projetos terapêuticos são desenvolvidos no centro: Rock na Tamarineira, Ateliê terapêutico, Atividade com bola e sala de jogos, Música, Cinema no CAT, Jardinagem, Artesanato, Biodança, Oficina de Alimentação, Jornal Mural e Salão de Beleza - esse último, é importante ressaltar, ganhou o prêmio nacional Loucos pela Diversidade, concedido pela Fiocruz em 2009.
Vencendo 400 inscritos de todo o Brasil, o projeto recebeu um incentivo de R$ 15 mil para ampliação das atividades e compra de equipamentos.
Na área de formação profissional, Pernambuco tem uma dívida de 127 anos (tempo de fundação do hospital) com o Ulysses Pernambucano.
A psiquiatria e a saúde mental do Estado jamais teriam tanto destaque nacional se não houvesse o Ulysses como campo de ensino, pesquisa e prática.
Aproximadamente 500 estudantes de graduação ou pós-graduação circulam pelo HUP a cada semestre letivo, em atividades de aulas teóricas ou práticas supervisionadas, dos cursos de Medicina, Enfermagem, Psicologia, Terapia Ocupacional.
São estudantes das seguintes instituições de ensino superior: UFPE, UPE, Unicap, Fafire, Facho, Esuda, FIR, Universo e Maurício de Nassau.
Em sua Jornada anual de Saúde Mental, o HUP abre espaço para a divulgação de trabalhos científicos realizados por docentes, estudantes e demais profissionais de saúde.
Com essas informações, que resumem algumas atividades, porém ainda sem conseguir contemplar toda a prestação de serviço do Ulysses Pernambucano à população de nosso Estado, almejamos contribuir para o enriquecimento deste debate tão importante. » Parque Tamarineira dará uma ‘utilidade social maior’ àquela área, acredita presidente da Assembleia » Para Geraldo Coelho, terreno da Tamarineira hoje é ‘ocioso’.
E o atendimento aos pacientes, deputado? » Terezinha Nunes diz que área da Tamarineira está abandonada, para justificar construção de novo shopping » Até oposição na Alepe sai elogiando projeto do shopping na Tamarineira » Menos de 10 deputados estaduais demonstram algum interesse no destino da área verde da Tamarineira