Ele não perde os direitos políticos por não ter sido notificado de processo.
Carta de renúncia foi lida no plenário da Câmara do DF nesta terça-feira.
Rafael Targino do G1, em Brasília O deputado distrital Junior Brunelli (PSC), protagonista do que ficou conhecido como “oração da propina”, renunciou nesta terça-feira (2) ao mandato.
Havia contra ele um processo por quebra de decoro parlamentar.
Como não foi notificado, Brunelli não perde os direitos políticos com a saída da Câmara Legislativa do Distrito Federal.
Ele é suspeito de participar do suposto esquema de propina que ficou conhecido como mensalão do DEM de Brasília.
Outro suposto envolvido – Leonardo Prudente (sem partido, ex-DEM), chamado de “deputado da meia” – entregou a carta de renúncia na sexta (26) e teve o ato oficializado nesta terça.
Outra suposta participante do esquema, a deputada Eurides Brito (PMDB), já disse que não renuncia.
A carta de Brunelli estava pronta desde sexta e foi entregue e lida na sessão plenária desta terça.
O documento foi lido pela deputada Jaqueline Roriz (PMN).
Brunelli aparece em dois vídeos gravados pelo ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa, que delatou à Polícia Federal o suposto esquema de corrupçãp no DF.
O primeiro vídeo é o mais famoso, no qual Brunelli (de camisa roxa) aparece rezando com Durval (de camisa vermelha) e Prudente (de camisa branca).
Em outro vídeo gravado por Barbosa, Brunelli recebe um maço de dinheiro.
Veja vídeo da “oração da propina” A carta Na carta, com erros de português, Brunelli diz que foi vítima de uma “conspiração política” e que os vídeos são “apócrifos, manipulados e sem origem”.
Ele afirma que oração foi para uma pessoa que “vivia grandes conflitos emocionais.” “O que eu fiz, na companhia de um colega parlamentar [Prudente], foi uma oração que desse ao personagem o reconforto espiritual, o equilíbrio emocional.” Brunelli diz que o dinheiro que recebe em um dos vídeos “era destinado a um evento de campanha.
Isso tão somente.
Nada mais.” Ele diz que essa é “uma prática comum dos partidos políticos brasileiros.” Segundo Brunelli, esse vídeo foi gravado em 2006; o da oração, em setembro de 2009.
Ele termina a carta dizendo que renuncia para “não ser submetido ao julgamento político previamente decidido” e que vai “provar na Justiça” sua inocência.
Brunelli ainda pede perdão e diz que perdoa aqueles que o “crucificaram.”