Por Fernando Castilho, da coluna JC Negócios, especial para o Blog de Jamildo Ativo político é feito dinheiro.

Não aceita desaforo de ninguém.

Essa lição deveria ser um mantra para o ex-prefeito João Paulo Lima e Silva, que é dono do mais expressivo ativo eleitoral do PT de Pernambuco, mas o tem gasto antes do tempo erodindo-o junto à classe política e a opinião publica a ponto de, se não tomar cuidado, poder perder o voto do eleitor que deseja recompensa-lo pelo importante trabalho à prefeitura da PCR em outubro.

E a “recepção” que organizou para ser recebido, ontem, no Aeroporto dos Guararapes - cuja foto estará publicada nos jornais e no excelente blog de Jamildo mais cedo - ilustra isso de forma categórica.

O problema é que João Paulo se comporta como aquele sujeito que recebe uma boa herança e começa a tomar, rigorosamente, todas as atitude de novo rico.

Compra carro importado de manutenção cara, se muda para apartamento com condomínio que consome toda a renda que a herança gera no banco e termina se acostumando com uma rotina vida que custa caro para aquele que tem depositado.

Ao final do mandato JP que era pule 10 para uma cadeira da Camara Federal até se ficasse em casa, disse que estava sendo cotado para ser ministro.

Esqueceu que no governo Lula a sua banda, ou melhor o PT já tinha sido aquinhoada.

Aí saiu com a história da Coordenação da Campanha de Dilma no Nordeste.

Não era bem assim, o PT nacional sequer tomou conhecimento e hoje quem revisa o que Dilma diz para o Brasil todo é o seu ex-colega de governo municipal Fernando Pimentel.

Aí fez o pior: aceitou uma vaga de secretário-tampão no Governo Eduardo Campos e saiu 45 dias depois de uma forma que não agregou um voto, mas ampliou suas dificuldades junto aos seus colegas de partido que estão na equipe do governador.

Semana passada, João Paulo viu, na Convenção Nacional do PT, que seus heróis tinham morrido de over dose e que os seus inimigos agora estavam no Poder.

Naquela semana, o secretário Humberto Costa estava sendo eleito um dos três vice-presidente do PT nacional.

E o partido aprovara a tese de que os diretórios estaduais decidiram as composições.

João Paulo viu que agora ele era apenas um convidado numa festa que já fora um dos anfitriões.

Deve ter entendido que a única forma de voltar ao palco e tentar a disputa pelo poder era aceitar a disputa interna de uma vaga no Senado.

Mas esqueceu de combinar com os russos, como dizia Mané Garrinha.

Pode ganhar, mas façamos uma conta simples: porque Humberto Costa, Maurício Rands ou todo o pessoal que domina o diretório estadual lhe daria o lugar?

Porque agora, que foi absolvido das acusações de sua gestão no Ministério da Saúde e tem, efetivamente, boas chances de negociar o ativo do PT no pleito de outubro ao lado do governador Eduardo Campos, Humberto lhe daria o lugar?

E Maurício Hands que teve suas pretensões de ser candidato a prefeito em 2008 e foi excluído do processo pelo próprio João Paulo lhe daria o lugar?

Ontem, João Paulo “organizou” uma claque para ser recebido no Aeroporto do Recife.

Deu azar pois enquanto era “carregado” saia a informação de absolvição de Humberto Costa.

Sua imagem nos poucos instantes em que foi carregado lembrou os tempos dos políticos do passado.

E contrasta com a emoção de Humberto Costa chorando a absolvição.

Certamente João Paulo é um mago que está vendo o que ninguém vê, ou esqueceu que o seu ativo político e sua história com o Recife exigem um comportamento mais profissional e de preservação.

Não precisava passar por isso.

PS de Fernando Castlho.

Davi.

Você tem razão, o texto não foi revisado.

Coloquei agora há pouco no ar uma versão com as correções.

Me perdoe.