Deu no JC de hoje Ciente dos problemas que seriam gerados pela decisão de seu antecessor, o arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido, recebeu com tranquilidade ontem críticas à locação do terreno da Tamarineira. “É um projeto muito polêmico.
Foi feito na gestão anterior e o descumprimento do contrato implicaria em multas pesadas.
De minha parte quero fazer uma obra boa para a população do Recife e os doentes.
Estou aberto ao diálogo.” Dom Fernando pretende se reunir segunda-feira com os 37 vereadores do Recife.
O objetivo é apresentar o anteprojeto feito pela empresa que alugou o espaço e ouvir sugestões.
Durante todo o dia, a Cúria Metropolitana recebeu telefonemas de pessoas querendo se manifestar sobre o assunto.
O religioso pensa em marcar um encontro com a comunidade.
Ao divulgar o contrato de locação na segunda-feira, dom Fernando esclareceu que assumiu a arquidiocese dois meses depois da parceria firmada pela Santa Casa de Misericórdia.
Esperou seis meses para informar a negociação à sociedade porque aguardava informações claras sobre o projeto.
Toda a transação comercial foi executada na gestão de dom José Cardoso Sobrinho, que se envolveu em muitas outras polêmicas.
A Santa Casa alega ter a comprovação de propriedade do terreno e que a locação do espaço vai possibilitar mais investimento em obras sociais.
O fotógrafo Luiz Santos, que há 15 anos desenvolve projetos culturais e sociais no Hospital Psiquiátrico Ulysses Pernambucano em parceria com a artista plástica Christina Machado, sugere que a arquidiocese crie grupo de trabalho formado pela sociedade, “com poder de negociar e sugerir”.
Ele não defende a permanência de manicômio, mas acha que a transformação não deve ser decidida externamente e por ação capitalista. “Preciso refletir melhor, mas me desagrada o centro comercial.
Não vai adicionar qualidade de vida a ninguém.” Usuários dos serviços de saúde instalados no terreno também questionam. “Não precisamos de shopping, mas sim de hospital”, diz Erivaldo Adelino, que ontem levou o filho de 3 anos ao Hospital Helena Moura, da prefeitura.
No terreno também funciona o Centro de Tratamento do Alcoolismo.