No R7 O ano de 2010 não começou bem para o DEM.

Envolto em um escândalo de corrupção no governo do Distrito Federal que estourou no fim do ano passado, agora é a vez do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ocupar as manchetes com notícias que afetam a imagem do partido.

Cientistas políticos ouvidos pelo R7 alertam para a possibilidade do partido perder espaço já na eleição deste ano, ameaçando a indicação do vice na chapa do PSDB à Presidência e podendo até se tornar um partido “seminanico”.

O professor de Ciência Política da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) Marco Antonio Villa afirma que o partido vive uma situação difícil e que precisa reagir rápido para não ter um prejuízo muito grande. - Já está tendo um custo muito grande.

E pode ter um pior, que é transformar o partido, na eleição de outubro de 2010, em uma espécie de partido seminanico.

Porque se não ganhar nenhum Estado, se não eleger um número relativamente significativo de senadores, vai ter uma bancada no Congresso menor ainda.

Para o cientista político e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas) Marco Antônio Teixeira, os escândalos abalam a imagem do DEM, embora o partido não corra o risco de se tornar um nanico, porque ainda tem muita força parlamentar.

Teixeira, no entanto, diz acreditar que o partido pode perder importância para o Executivo. - O DEM é frágil em termos de estrutura nacional.

Onde ele se fortaleceu, que é o caso do Distrito Federal, ele perdeu espaço.

Tá perdendo não só o governador como o vice também.

Sai muito menor desse processo.

Receio que o DEM perca a capacidade de indicar o próprio vice do [JOSÉ]Serra.

Villa explica que, fora os escândalos, o DEM também foi prejudicado por ter escolhido uma direção muito nova, com políticos ainda com pouca experiência que não conseguem encaminhar o partido. - O partido precisa ter uma experiência, principalmente quando está na oposição.

Quando era chamado PFL, o DEM era considerado um partido de profissionais, que sempre estava com o governo.

Mas nos últimos anos, principalmente do ano passado para cá, tem mostrado que é um partido que comete erros primários na condução da política.

Apesar do dano causado pelos escândalos, os dois cientistas acreditam que ainda há tempo do partido se reerguer para a disputa de outubro.

Villa afirma, porém, que a reação tem de ser rápida. - Tem tempo de corrigir, mas precisa de vontade política, precisa ter proposta e disposição para enfrentar esse momento difícil que o partido vive.