De Política/Jornal do Commercio Integrantes da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB) foram unânimes em aprovar o anúncio do ex-prefeito João Paulo de disputar a indicação ao Senado em prévias.

Para o secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, o ex-prefeito “agiu corretamente” ao apresentar o nome à legenda. “É positivo, pois todos agora estão entendendo que a decisão cabe ao partido, e não de cima para baixo”, disse ele, que foi eleito, no Congresso Nacional do PT, 2º vice-presidente nacional do partido para um mandato de quatro anos.

O deputado federal Maurício Rands – cotado, ao lado de Humberto, para a vaga no Senado – também concordou. “O PT tem muitas lideranças com perfil majoritário. É natural que, em um partido assim, haja vários pretendentes”, disse.

A CNB ainda estuda entre Humberto e Rands qual nome vai apresentar à eleição interna.

De acordo com os dois líderes, a escolha deve ocorrer até meados de março.

Nos bastidores, os membros da CNB fazem uma só avaliação: apesar de ter dito que retirava a postulação ao Senado, João Paulo nunca deixou de agir como pré-candidato majoritário.

A diferença, argumentam, é que o ex-prefeito tentava até então viabilizar a indicação de “fora para dentro”, já que desfruta de densidade eleitoral, mas não possui a maioria no diretório estadual.

Como exemplo, citam a movimentação de João Paulo junto a líderes de outras legendas, como os deputados federais Armando Monteiro Neto (PTB) e Inocêncio Oliveira (PR), além do prefeito de Caruaru (Agreste), José Queiroz (PDT).

Agora, o plano dos petistas na CNB é apostar tudo no poder da sua militância interna, amparados no resultado positivo que deu à corrente a reeleição de Jorge Perez para o diretório estadual, em novembro.

Assim, poderiam desbancar João Paulo no voto interno, emplacar um candidato ao Senado e reduzir o poder de fogo do ex-prefeito.

Tudo isso sem a pecha de autoritarismo.