Por Bráulio B.

Wanderley, no site história vermelha Morreu, em definitivo, aos 78 anos Sérgio Murilo.

Deputado federal, combatente pelo MDB, advogado de presos políticos e candidato derrotado à prefeitura do Recife em 1985.

Sérgio foi uma fênix na sua passagem terrena.

Morreu pela primeira vez quando foi cassado em 1964 e teve seus direitos políticos suspensos pela ditadura militar.

Ressurgiu em 1974 sendo reeleito para a câmara dos deputados até 1982.

Morreu de novo em 1985.

Na campanha para a PCR, Sérgio Murilo venceu as prévias do PMDB contra seu colega de bancada federal Jarbas Vasconcelos.

Insatisfeito com o resultado e com a política de aliança com o PFL (tempos da aliança democrática que elegeu indiretamente Tancredo e Sarney), Jarbas se desfilia do PMDB e ‘aluga’ o PSB.

Anos depois o mesmo Jarbas teria o PFL como aliado-mor.

Sérgio Murilo liderou as intenções de votos do início ao fim da campanha, porém um fato inusitado o pegou de surpresa: Sob orientação do comando da campanha jarbista, o deputado estadual Carlos Lapa vai à tv e denuncia o que até a ditadura inocentou: que Sérgio Murilo teria assassinado um homem em Carpina (terra natal de Murilo e de Lapa) em 1970.

E olhe que em 1970, Sérgio Murilo estava cassado pelo próprio regime militar!!!

Panfletos apócrifos e propaganda de baixo calão, típicas do fascismo, arruinaram a campanha se Murilo, que perdeu a maioria dos seus votos para o deputado estadual pedetista João Coelho.

Jarbas teve 33%, Sérgio Murilo 28% e João Coelho 22%.

Não havia segundo turno em 1985 e Jarbas eleito regressa ao PMDB.

Sérgio Murilo morreu pela terceira vez ao tentar renovar seu mandato de deputado federal para a assembleia constituinte e não obteve êxito, fruto ainda dos resquícios da difamação do ano anterior.

Volta a advogar e desiste da política.

Mas morre de novo nos anos 90 ao contrair mal de parkinson e alzheimer.

Duas lapadas praticamente juntas que foram inutilizando um dos quadros mais sérios da política pernambucana.

Sérgio Murilo morreu esquecendo das coisas, desconhecendo amigos e familiares, foi definhando desgostoso com os rumos que trilharam para ele.

Tratado como um perseguido político por aliados que conseguiram o que a ARENA tentou sem sucesso: destruir o político e o homem Sérgio Murilo Santa Cruz.

Que agora, em sua última morte, ele descanse em paz.