A pasta era de Pinguelli mas foi Dilma quem entrou de sola Por Fernando Castilho, do JC Negócios.

Foi assim: no final de 2002, Lula, então presidente eleito, participou das reuniões dos comitês setoriais que disgnosticaram a a situação do goverrno, quando uma senhora de cara fechada começou a apresentar os dados colhidos para as políticas no setor elétrico e de minas, especialmente para a Eletrobrás e a Petrobras.

O presidente chamou José Dirceu e disse: Quem é?

Só então soube de Dilma Vana Rousseff, economista, secretária de Energia, Minas e Comunicação do Rio Grande do Sul, ex-secretária da Fazenda de Porto Alegre, ex-integrante do PDT, onde já criara fama de durona nas reuniões do Ministério das Minas e energia no Governo FHC.

O presidente começou a fazer as perguntas diretamente a ela e foi chamado-a para mais perto da mesa principal.

Na terceira reunião, Lula chamou José Dirceu e disse: Arranja um lugar para o Pinguelli (o físico Luiz Pinguelli Rosa) até então tido pelas hostis do PT como “prego batido e ponta virada” para a pastas das Minas e Energia.

Foi uma confusão no PT acadêmico.

O pessoal da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia (COPPE) quase fez um ato de desagravo.

Pinguelli, que passara a campanha posando de ministro, só foi informado dois dias antes de que iria virar presidente de uma estatal etc.

Mas a essa altura Dilma Vana Rousseff já era ministra.

O presidente desfez um acordo para dar ao PMDB o Ministério de Minas e Energia, entre outros cargos, e anunciou que o comando da pasta ficaria com ela na sua cota.

O PT começou o governo Lula sem a banda que o pessoal mais ligado ao meio acadêmico tinha certa como sua como dois e dois são quatro.

O problema é que Dilma Rousseff, mesmo no ministério das Minas e Energia, começou a surpreender.

Ela foi eliminando a força dos indicados pelo PT na Petrobras e rapidamente eliminou a força do sergipano José Eduardo Dutra e acabou fortalecendo o caminho para o baiano José Sérgio Gabrielli, que diferente de Dutra, falava a linguagem do mercado e que virou presidente sob sua proteção.

E, no setor elétrico, também juntou-se a outras figuras do setor.

Sim, o físico Luiz Pinguelli Rosa que iria ser ministro, virou presidente da Eletrobrás, subordinado a Dilma.

Quando José Dirceu caiu, Dilma já despachava com Lula por muito mais horas que a maioria dos ministros juntos.

A essa altura, ela já tinha escrito a reformulação do setor elétrico, feito a Petrobras uma das maiores empresas do setor no mundo e virara figurinha conhecida no gabinete de Lula, que a levou para a Casa Civil.

A partir daí todo mundo sabe a história.

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