Por Chico Ludermir Neste Carnaval, o Grande Recife Consórcio registrou aumento de 6,51% no número de depredação dos ônibus da Região Metropolitana do Recife.

Mas gente do setor acredita que a população não é a única culpada e aponta o próprio órgão gestor e o Estado como co-responsáveis pelo acréscimo.

Indo na contramão da redução da violência, divulgada pela Secretaria de Defesa Social, nas folias do Momo de 2010, quem não fez festa foram os donos das empresas de transporte público.

São eles que vão arcar com o prejuízo causado por vândalos em 491 coletivos, calculado em R$ 87.135,00 (47,1 mil tarifas do anel A). “Nenhum centavo é pago pelo Estado ou órgão gestor”, explica um empresário, que não quis se identificar. “O ônus acaba sendo transferido ao consumidor”, completa.

Para essas pessoas, a gestão foi negligente fazendo uma campanha “tímida” no combate à depredação e não reforçando policiamento nos locais onde a violência é recorrente, como no trecho PE-15 até a entrada de Olinda. “Todos os carnavais o número de ocorrência é maior neste mesmo lugar, mas, ainda assim, não há reforço do policiamento neste trajeto”.

A depredação é, em sua grande maioria, uma ação de fora do ônibus.

Pessoas atiram pedras e quebram vidros e pára-brisas. “Estes locais onde ocorrem os arremessos, no entanto, não é foco de folia.

Lá o policial não aparece para o público”.

Este seria o motivo pelo qual não há mais homens cuidando dos coletivos. “Não se bota segurança nem em Santo Amaro, nem no trecho crítico da PE 15, não existe interesse do Governo”, diz no empresário. “Como não se dá uma estrutura mínima de segurança?”, pergunta, em tom de revolta.

O Consórcio Grande Recife ainda não tem números específicos sobre as localidades e linhas mais atingidas, mas o leitor atento do Blog aponta a linha 109, que vai do Shopping Tacaruna à entrada da Cidade Alta (Olinda) como a que sofreu maior depredação.

As empresas mais afetadas seriam as que também passam por este trecho: Cidade Alta, Caxangá, Itamaracá e Rodetur.