Jarbas e o carnaval de Pernambuco Terezinha Nunes Há três anos fora dos holofotes que normalmente focam a figura do governador, sobretudo na época carnavalesca, o senador Jarbas Vasconcelos foi muito aplaudido em camarotes e nas ruas por onde andou, no meio do povo, em pleno desfile do Galo da Madrugada.
Independente de qualquer alusão à campanha deste ano cujos candidatos não estão ainda definidos, Jarbas experimentou nas ruas neste 2010 algo que ninguém pode tirar dele e disso a população não esquece: foi o real indutor de um trabalho que levou o carnaval de Pernambuco a voltar aos tempos de glória.
Tanto na capital quanto no interior.
Trabalho que o atual governador, diga-se de passagem, continua a executar com dedicação.
Não é difícil relembrar todos os passos que ele deu nesta caminhada.
Trouxe o desfile do Galo para a Guararapes e colocou um imenso galo sobre a Ponte Duarte Coelho, contribuindo para que o nosso maior bloco frequentasse as páginas do Guinness Book.
Foi igualmentena sua gestão como governador que se projetou nacionalmente, através de um trabalho de equipe muito bem articulado, as folias dos Papangus, de Bezerros, dos Caretas, deTriunfo,dos caiporas de Pesqueira e o famoso encontro dos maracatus rurais de Nazaré a Mata.
Todos eles figurando hoje nas principais páginas de carnaval dos maiores jornais brasileiros.
Ao prometer, ainda como candidato, que iria melhorar o astral da população e ajudar no resgate da autoestima dos pernambucanos, Jarbas conseguiu seu intento e o carnaval é a maior prova disso.
O regaste dos maiores símbolos estaduais - o Hino de Pernambuco e nossa Bandeira - feito em suas duas gestões se encarregaram do resto.
Este ano o próprio desfile do Galo foi a apoteose desta política com a Bandeira sendo reproduzida nas fantasias, nos chapéus, nas camisetas. nos camarotes, nos trios e até na roupa vestida pelo boneco gigante que homenageava o grande criador do Galo, o mestre Enéas.
Alguém pode imaginar o carnaval do Recife hoje sem o polo do Recife Antigo?
Claro que não.
Pois também foi Jarbas que, recuperando o bairro para a cidade, o transformou na Meca dos velhos carnavais que deleitam os turistas e levam famílias inteiras para brincar com segurança e prazer.
Claro que todas essas ideias foram sendo aperfeiçoadas pelos que lhe sucederam, tanto na prefeitura quanto no estado, o que consolida ainda mais a certeza de que não há possibilidade de volta.
A tendência é o nosso carnaval continuar crescendo em número de foliões e se profissionalizar mais, alcançando talvez um meio-termo - não tão organizado quanto o baiano que virou pastelão - mas suficientemente planejado para evitar que as multidões acabem por sufocar o lirismo dos blocos tradicionais e a força dos caboclinhos e maracatus que já encontram dificuldades para desfilar tanto em Olinda quanto no Recife.
Claro que outras providências mais são necessárias como o incentivo aos nossos compositores para que criem novos frevos, capazes de empolgar multidões, e o reforço na infraestrutura, que tem deixado a desejar.
No mais é curtir a festa, que ninguém é de ferro e o pernambucano faz isso como ninguém.
Quer estar na linha de frente, puxar o bloco, levar o estandarte e brincar até a folia terminar.
Jarbas entendeu isso e, como bom administrador e folião, deu o ponta-pé.
O povo sabe e a ele agradece, como de direito, pela grandiosidade em que nossa festa se transformou.