A líder comunitária Vera Figueiredo, que trabalhava na Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife, como cadastradora do Bolsa Família do município, acusa o prefeito Elias Gomes (PSDB) de negligência com o bairro Vila Dois Carneiros.
Em dois mil exemplares de informativo distribuidos na vila, no último dia 11, Vera aponta buracos, lama e poeira como partes do cartão-postal da Avenida Manuel Carneiro Leão, onde mora.
Depois da publicação, a cadastradora foi exonerada e acredita que a medida foi uma retaliação.
Vera até diz que o poder público prometeu pavimentar a avenida mas a revogação do processo licitatório da obra fez a líder acreditar que a obra não acontecerá no prazo. “Até parece que esse pedacinho não tem a mínima importância para o município” afirma.
O sentimento não é de insatisfação.
O que existe aqui é, na verdade, desumano e caótico".
Segundo Vera, pessoas já cairam na Manuel Carneiro Leão e quebraram pernas e braços.
A questão, no entanto, é ainda mais complexa.
Vera alega que dois dias depois de ter distribuido o Informativo Vila Dois Carneiros Baixo no entorno de sua casa, ela foi exonerada do cargo que ocupava na prefeitura. “Para eu continuar no cargo eu teria que manter a versão de que as obras estariam para começar.
Eu disse não.
Me chamaram para voltar ao cargo, mas tenho horna, sou íntegra”.
A Prefeitura de Jaboatão afirma que Vera estava cedida ao Bolsa Família e teria sido demitida por faltas e atrasos recorrentes.
Vera, por outro lado, diz que até o dia 31 de dezembro ela não teve uma falta sequer.
Segundo assessoria da prefeitura, as obras de pavimentação da Avenida Manuel Carneiro Leão já estão em processo licitatório e custam R$ 4 milhões.
No site do Diário Oficial, porém, a reportagem encontrou apenas o aviso de revogação da concorrência da contratação de empresa de engenharia para execução de serviços de pavimentação e drenagem de “diversas vias urbanas” (Diário Oficial 05/02), da autoria de Edvaldo Rufino de Melo Silva, o Vavá Rufino, secretário de Obras, Manutenção e Defesa Civil.
Mesmo com a revogação, a assessoria afirmou que as obras vão sim começar no final de março. “Adiamos o processo licitatório para acrescentarmos novas ruas na licitação”, afirma Jorge Lemos, assessor da prefeitura.
O secretário Vavá Rufino justifica a demora nas obras. “Essa é uma prioridade do governo, contudo,a obra exige um projeto de drenagem interligada ao asfaltamento.
Vamos fazer uma melhora paliativa em breve”.
Veja o Informativo de Vera Figueiredo