A Compesa reprogramou para a quinta-feira pós-carnaval, dia 18, uma paralisação de 48 horas no Sistema Gurjaú.
A paralisação se daria inicialmente no último dia 08, mas foi adiada devido a um acidente que causou um estouramento no trecho da adutora localizado nas proximidades do acesso ao Monte Guararapes, na Estrada da Batalha, ocasionado durante a realização de serviços da construção do Viaduto de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes.
A intervenção no sistema Gurjaú será necessária para permitir o desvio de 370 metros de tubos, de 750 mm, de trechos de duas adutoras do sistema, de um total de 8.450m que serão gradativamente substituídos.
A ação faz parte de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Compesa e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), que está executando obras no Complexo Viário da Estrada da Batalha, no bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes.
A paralisação do Sistema Gurjaú ocasionará falta d’água em Cajueiro Seco, Massangana, Prazeres, Jordão, Muribeca, bem como o distrito industrial de Prazeres, localidades de Jaboatão dos Guararapes.
No Cabo de Santo Agostinho, haverá falta d’água em Pontezinha.
A parada será iniciada às 5h da manhã de quinta-feira (18), prosseguindo até às 05 horas da manhã do sábado (20).
A regularização do abastecimento será gradativa, seguindo o calendário oficial da Compesa.
A população atingida com a falta d’água será de 250 mil pessoas.
Cerca de 30 profissionais da Compesa, do DER e da empresa responsável pela construção do sistema viário estarão envolvidos de forma direta nesse trabalho. “A expectativa da Compesa é paralisar o sistema a cada três meses até a conclusão do assentamento de todos os tubos planejados”, informa o secretário de Recursos Hídricos e presidente da Compesa, João Bosco de Almeida.
Segundo ele, a obra do sistema viário da Estrada da Batalha fez com que a companhia antecipasse a substituição de trechos das duas adutoras do Sistema Gurjaú.
As construções, de ferro fundido, de origem inglesa, construídas pelo engenheiro Saturnino de Brito, no início do século XX, tendo em média, 88 anos de uso. “Com o tempo, os tubos perdem resistência mecânica, apresentam vulnerabilidade a estouramentos e obstruções, daí a importância da troca”, explica.
A decisão para troca das linhas adutoras partiu da necessidade dos dois órgãos planejarem o impacto urbano de suas ações.
A parceria estabelecida entre Compesa e o DER determina que a companhia forneça todo o material necessário para a execução do projeto, um investimento de R$ 7 milhões, além de assistência técnica.
O DER será responsável pela a mão de obra, por meio da empresa contratada para a construção do viaduto.
As tubulações antigas, com tempo de vida útil vencido, provocam constantes estouramentos, paralisações e perdas de água no sistema. “Aproveitaremos a obra do DER para resolver um problema da Compesa.
Não tem sentido deixar passar essa oportunidade, quando futuramente teríamos de quebrar as áreas de influência da obra do viaduto para executar serviços de manutenção ou a troca dessas adutoras”, afirma João Bosco de Almeida.
O presidente da Compesa ressaltou a importância da obra, informando que, a partir de outubro, quando 100% do complexo Pirapama entrar em operação, haverá um aumento considerável das pressões nas redes distribuidoras. “Se não fossem trocadas, estas tubulações eventualmente sofreriam estouramentos.
Vamos nos antecipar aos fatos para evitar prejuízos para a população e para a própria Compesa”, complementa.
Essas duas linhas adutoras passam exatamente no caminhamento onde estão sendo construídas as fundações do viaduto em construção em Prazeres.
O primeiro trecho a ser trocado, de 370 metros de extensão, será na Estrada da Batalha, esquina com a Avenida Barreto de Meneses, nas imediações do Banco Real.
As tubulações de 750 mm serão substituídas por outras de 600 mm, desativando as antigas.
A expectativa é trocar os trechos em dois anos, no mesmo prazo da obra de construção do viaduto.
O secretário João Bosco reconhece os transtornos que serão ocasionados pela obra e pede a compreensão da população. “Com esta ação, o benefício no futuro será inquestionável”, pondera.
A primeira linha adutora do Sistema Gurjaú, construída em 1918, tem 32 quilômetros de extensão, sai da Estação de Tratamento de Água -ETA Gurjaú, no Cabo de Santo Agostinho e termina na antiga Casa de Detenção (Casa da Cultura), no bairro de São José, em Recife.
A segunda linha, implantada em 1926, também tem 32 quilômetros de extensão.
Ela parte da ETA Gurjaú e termina na Ponte da Torre, em Recife.
A troca dos 8.450 metros de tubos das adutoras de Gurjaú está dentro da área de influência da obra do complexo viário de Prazeres, cujo traçado seguirá do cruzamento da Estrada da Batalha com o viaduto da BR-101 Sul até chegar nas imediações do escritório da Compesa, em Prazeres, próximo a Avenida Armindo Moura.