Prisão inédita no país.

Arruda, Pandora Do Correio Braziliense: José Roberto Arruda é o primeiro governador preso durante o exercício do cargo por acusação de corrupção.

Chefes do Executivo de outros estados foram detidos no passado por crimes como tentativa de homicídio ou por questões políticas, durante a ditadura militar.

Também já houve outros pedidos de prisão contra políticos brasileiros por denúncias de corrupção, mas que foram negados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Só no ano passado, três governadores tiveram o mandato cassado por crimes eleitorais.

Entretanto, nenhum deles chegou a ser detido pelas acusações.

O primeiro governador preso foi Miguel Arraes — eleito em 1962 para comandar o estado de Pernambuco.

Seu governo era considerado de esquerda e, logo após o golpe militar de 1964, Arraes foi pressionado a renunciar.

Como ele se recusou a deixar o cargo, foi preso e levado à Ilha de Fernando de Noronha, onde ficou por quase um ano.

Outro governador preso durante o exercício do cargo foi Ronaldo Cunha Lima, que em 1993 assumiu ter atirado em um desafeto político.

De acordo com as denúncias, o então governador da Paraíba entrou em um restaurante da capital João Pessoa, onde almoçava o antecessor no cargo, Tarcísio de Miranda Burity.

Cunha Lima atirou três vezes contra o desafeto.

Ele alegou ter cometido o crime em defesa da honra da família e do filho, Cássio Cunha Lima, que estariam sendo difamados.

Burity ficou em coma, mas sobreviveu à tentativa de homicídio.

Com relação à corrupção, a Procuradoria-Geral da República já havia pedido a prisão de outros governadores.

Mas sem sucesso.

Acusado em 2007 de envolvimento com a Operação Navalha, deflagrada pela PF, o então governador do Maranhão, Jackson Lago, teve a prisão preventiva solicitada em maio daquele ano.

Mas a ministra Eliana Calmon entendeu que não havia elementos suficientes para decretar a prisão.

No mês passado, o governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, quase foi preso por desrespeitar uma decisão judicial.

A Justiça estadual determinou que o governo aumentasse os salários de policiais militares.

Se o governador não cumprisse a decisão, poderia ser preso por desobediência.

Mas Puccinelli recorreu ao STJ, que concedeu liminar para impedir que o governador fosse detido.