A lição de um governador ser preso Por Ricardo Patah, presidente nacional da UGT Mais uma vez no Brasil é hora de olhar para a floresta em vez de nos concentrar na árvore.

A prisão do governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal, nos remete para os vários pontos de ruptura e de quebras de paradigmas do País.

Havia um tempo em que pensávamos que a ditadura seria para sempre, mas no dia 15 de janeiro de 1985, o Colégio Eleitoral escolheu o deputado Tancredo Neves, que concorreu com Paulo Maluf, como novo presidente da República.

Ele fazia parte da Aliança Democrática – o grupo de oposição formado pelo PMDB e pela Frente Liberal.

Da mesma maneira a gente olhava para as árvores da inflação e as achávamos eternas e dominantes.

Até que no dia 1o. de Julho de 1994, com a implantação do Plano Real, o Brasil e os brasileiros passaram a viver sem a inflação galopante.

Agora, em 11 de janeiro de 2010, um governador é preso acusado de corrupção e de tentar subornar testemunhas.

Foi preso o governador do Distrito Federal.

A Justiça se manifestou na sua instancia máxima através do Superior Tribunal de Justiça. É, portanto, mais uma das datas que temos que marcar em nossos calendários.

Conseguimos provar na prática que a Justiça está afinada com os anseios dos cidadãos brasileiros.

Como o Colégio Eleitoral se ajustou ao que queríamos em 15 de janeiro de 1985, com a eleição de Tancredo Neves.

Como a economia se curvou às nossas vontades de controlar a inflação em 1o. de Julho de 1994.

A partir de hoje, depois de o governador Arruda ter passado pelo menos uma noite na prisão, a democracia brasileira renasce e avança mais um pouco.

Apesar de ainda faltar muito a ser feito.

No Distrito Federal ainda ficaram para trás e soltos os principais aliados do governador Arruda.

No Brasil inteiro ainda temos notícias lamentáveis de corrupção envolvendo, para nossa angústia, merenda escolar e medicamentos.

Mas estamos avançando.

E como a União Geral dos Trabalhadores apoiada em sua Carta de Princípios sempre prega temos que organizar a verdadeira Revolução na Educação para ampliar a consciência de nosso povo e agir com firmeza para controlar a corrupção.

Desta maneira sobrarão recursos para investir em infra-estrutura e na saúde.

Precisamos ampliar nossa indignação e combater com toda nossa força cívica os problemas de segurança que, infelizmente, ainda passam pela corrupção que contamina parte das polícias.

Hoje, 12 de fevereiro de 2010, o governador do Distrito Federal acordou atrás das grades.

Mas o Brasil acordou mais leve e mais cidadão.