Márcio Falcão da Folha Online, em Brasília A estratégia da defesa do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), é esperar que o pedido de liberdade seja analisado pelo plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).

O advogado Nélio Machado afirmou nesta sexta-feira que “não seria conveniente” recorrer contra a decisão do ministro Marco Aurélio Mello que negou hoje o pedido de habeas corpus de Arruda, que teve a prisão preventiva decretada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).

O advogado chamou o processo que resultou na prisão de Arruda de arbitrário e medieval.

Segundo Machado, a decisão de Marco Aurélio foi parcial porque o ministro não teve acesso à defesa do governador, que é acusado de subornar uma das testemunhas do esquema de arrecadação e pagamento de propina.

Machado afirmou que, pela primeira vez, a defesa se “fará ouvir” sobre o caso no plenário do STF. “Meu esforço agora será buscar que este julgamento [no plenário] ocorra o mais rápido possível.

A defesa vai ser ouvida pela primeira vez.

Eu respeito muito o ministro Marco Aurélio, mas ele recebeu uma informação parcial.

Ele não ouviu a defesa.

Não tivemos direito ao contraditório”, afirmou.

O advogado desqualificou o jornalista Edson dos Santos, o Sombra, testemunha que teria sido subornada, e criticou a sessão do STJ que decidiu pela prisão de Arruda e mais cinco envolvidos na tentativa de suborno.

Segundo Machado, foi uma sessão atabalhoada e a investigação do STJ, presidida pelo ministro Fernando Gonçalves, tem falhas. “Nós nem fomos comunicados dessa sessão.

Foi uma sessão sem comunicação a quem quer que seja.

Julgou-se desnecessária a presença dos advogados. […] Não chamaram o governador para depor em nenhum momento.

Que investigação é essa que não faz acareação do governador com o ‘Seu Sombra’, do governador com o ‘Seu Durval’?”, questionou.