Márcio Falcão da Folha Online, em Brasília O governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), foi informado pelo secretário Alberto fraga (Transportes) e por seus advogados que circula na imprensa a notícia de que o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Melo, negou o pedido de liberdade apresentado pela defesa.

Fraga disse que a informação só deve ser oficializada nas próximas horas pelo STF e que, portanto, não revelaria a reação de Arruda.

Após a visita do secretário, Arruda se encontrou com José Gerardo Grossi, um de seus advogados.

Grossi evitou falar sobre a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e ironizou um possível recurso. “Posso recorrer à Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte] ou até à ONU [Organização das Nações Unidas]”, afirmou.

No encontro, Fraga disse que Arruda revelou que está “incomodado” com o fato de não ter prestado depoimento após 18 horas de prisão.

Segundo Fraga, que esteve no prédio da Superintendência da Polícia Federal, Arruda demonstra um abatimento. “Hoje, evidentemente, existe um abatimento.

Ele está preso há quase 24 horas e não houve depoimento.

Não foi oferecida a oportunidade de contraditório. É esse tipo de situação que ele fica incomodado”, afirmou.

Arruda continua preso em uma sala do INC (Instituto Nacional de Criminalística) acompanhado de um policial.

Fraga disse que, quando chegou ao local, Arruda estava dormindo.

Uma cama teria sido providenciada na madrugada.

O encontro durou cerca de 20 minutos.

Essa foi a segunda visita que o governador recebeu hoje.

Pela manhã, o chefe da Casa Militar, coronel Ivan Rocha, esteve com Arruda e também revelou que o governador estava sofrendo porque vive uma “situação humilhante”. “Ele está sofrido, mas está bem. É uma situação humilhante a um governador de Estado”, disse.

Até agora, nenhum familiar visitou o governador.

O assessor de imprensa de Arruda, André Duda, também está no prédio da Polícia Federal.

A PF, no entanto, barrou a visita do deputado Benedito Domingos (PP), que é acusado de envolvimento no esquema de corrupção.

A Polícia Federal impediu o encontro porque Domingos não agendou.

Segundo a PF, as visitas de Arruda estão restritas aos advogados e familiares.

Amigos, assessores e colaboradores precisam marcar o encontro com antecedência. “Eu só vim orar pelo governador”, disse o parlamentar.

No inquérito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que investiga o suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina, Domingos é investigado como um dos beneficiários.

O delator do esquema e ex-secretário Durval Barbosa (Relações Institucionais) afirma que Domingos cobrou R$ 6 milhões para aderir à coligação de Arruda nas eleições de 2006.

O dinheiro teria sido entregue a um dos filhos do parlamentar.