Argentinos confiam menos em instituições e grupos sociais do que os brasileiros, de acordo com a pesquisa Índice de Confiança Social, realizada pelo IBOPE Inteligência nos dois países.

Em uma escala de zero a 100 pontos, o índice de confiança dos brasileiros é 60 e dos argentinos, 53.

Entre as diferenças verificadas nos dois países estão os índices obtidos em relação aos governos.

Enquanto no Brasil o índice de confiança no Presidente da República e no governo federal é de 66 e 53, respectivamente, na Argentina ambas as instituições têm índice de 29 pontos.

A mesma tendência é verificada em relação à Igreja (76 no Brasil e 58 na Argentina), Forças Armadas (71 no Brasil e 48 na Argentina), meios de comunicação (71 no Brasil e 57 na Argentina), governo da cidade onde vive (53 no Brasil e 42 na Argentina), Poder Judiciário (53 no Brasil e 35 na Argentina) e polícia (52 no Brasil e 43 na Argentina).

Já os argentinos tendem a confiar mais em amigos (89 contra 67 no Brasil), vizinhos (72 contra 59), população de seu país (64 contra 59) e sistema público de saúde (58 contra 49).

A diretora executiva de atendimento e planejamento, Márcia Cavallari, ressalta que resultados precisam ser interpretados dentro da conjuntura política e econômica do momento em que a pesquisa for realizada. “Constatamos que a confiança é resultado de uma relação de conformidade que se estabelece entre o comportamento ideal e o real de uma instituição, por isso fatos do dia-a-dia podem interferir na credibilidade das instituições”, explica.

Sobre a pesquisa O Índice de Confiança Social foi criado pelo IBOPE Inteligência em 2009 com o objetivo de monitorar as percepções da população em relação a instituições e grupos sociais.

Lançada primeiramente no Brasil, a pesquisa também foi realizada na Argentina e, a partir deste ano, deve contar também com indicadores do México, Chile, Porto Rico e Estados Unidos.

Divulgado duas vezes ao ano, o índice é elaborado a partir de informações obtidas em uma pesquisa nacional com 2.002 entrevistas no Brasil e 835 entrevistas na Argentina.

A composição do índice é feita em uma escala de quatro pontos, em que é possível medir muita confiança, alguma confiança, quase nenhuma confiança e nenhuma confiança.

Todas as pontuações atribuídas são somadas e divididas pelo número de entrevistados, resultando no índice geral.