Foto: Guga Matos/JC Imagem O presidenciável Ciro Gomes disse na tarde desta sexta-feira (5), no Recife, depois de encontro com o governador Eduardo Campos, presidente do PSB, que o diferencial dele em relação à ministra Dilma Rousseff é que ele é mais experiente do que a mãe do PAC. “Eu já fui candidato a presidente duas vezes, já fui govrnador de Estado, ministro duas vezes, uma vez da Fazenda, ajudei a fazer a moeda em circulação no Brasil, o Real, fui prefeito de uma capital, fui deputado estadual duas vezes.
HOje sirvo ao Brasil como o deputado federal mais votado.
Tenho experiência municipal, estadual e federal. É uma experiência na qual aprendi muito com erros graves que cometi.
Felizmente olho para trás e não vejo um erro moral.
Os erros que cometi foram fruto de minha inexperiência.
E ela não tem experiência”, alfinetou.
Ciro disse que sua candidatura não é irreversível, mas assegurou que só o seu partido pode demovê-lo da ideia de disputar a sucessão presidencial.
O deputado federal afagou Lula, atribuindo ao presidente um avanço “extraordinário”, mas aproveitou os holofotes para bater no PT.
O ex-ministro da Integração Nacional disse que os aliados não são bem tratados. “O PT tem alguns cacoetes.
Tem uma vocação hegemonista e uma lógica de esmagar todas as outras forças a ele assemelhadas.
Doutor Arraes enfrentou isso, Brizola enfrentou isso.
Eduardo Campos sustenta isso com as habilidades que conseguiu acumular.
Isso não quer dizer que não somos parceiros.
Mas parceiro não é aquele que diz amém.
Acho que muitas vezes o PT comete erros graves.
Por exemplo, o Zé Dirceu sair por aí dizendo o que o PT deve fazer ali ou acolá, tá errado”, criticou.
Mais cedo, no aeroporto do Recife, Ciro fez mais críticas ao modo como o Partido dos Trabalhadores trata seus aliados. “O PT está acostumado a tratar os seus parceiros como bucha de canhão.
O PC do B é um exemplo.
O partido é feito de gato, rato e sapato e hoje não tem direito de influenciar em nada.” COBERTURA COMPLETA: Desde cedo o Blog de Jamildo está acompanhando a visita do deputado federal Ciro Gomes ao governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Confira as entrevistas de ambos em vídeo, a entrevista de Ciro Gomes à Rádio Jornal e o que disse o ex-prefeito João Paulo sobre as declarações do presidenciável do PSB.
Leia mais sobre Ciro Gomes aqui, aqui e aqui.
O ex-ministro Ciro Gomes disse hoje ao chegar no Recife que não abre mão de sua candidatura a presidente da República pelo PSB, em favor de Dilma, a candidata de Lula.
Na defesa de sua tese, Ciro lançou mão de argumentos éticos. “O PSB tem moral e independência para dizer o que é bom e ruim neste governo, sem que ninguém nos confunda com a banda fisiológica, clientelista e adesista que está aí no governo, fruto do êxito do presidente Lula”. “E ninguém nos confundirá”, acredita.
MAIS TRANQUILIDADE O presidente nacional da legenda, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi mais polido em suas declarações. “Fundamental é que temos uma aliança estratégica que vem ajudando o presidente Lula ao longo desses sete anos e um mês a governar o País.
O PSB não só esteve na base de sustentação do presidente Lula, mas o próprio Ciro participou daquele momento bonito, em 2002, quando no segundo turno se entregou de corpo e alma à candidatura do presidente Lula.
Ajudamos Lula a estruturar seu preimeiro governo, estivemos juntos em momentos difíceis e bons.
O ministro Ciro Gomes teve um papel que o próprio presidente destaca, de grande importância.
Reconhecemos os avanços, nos identificamos com eles e queremos que esses avanços se aprofundem no futuro”, destacou Eduardo.
Para Campos, a próxima jogada na disputa cabe à oposição.
Ao PSB caberia o confortável papel de esperar. “O próximo lance tem que ser dado pelos tucanos.
Quero ficar daqui olhando a ansiedade da oposição sobre a indefinição que está ocorrendo lá.
Temos que contribuir para que ela (a ansiedade) aumente.
E a forma de fazer isso é esperar”, pontuou.
O governador negou que esteja sendo pressionado pelo presidente Lula a abrir mão da candidatura de Ciro. “O presidente disse na mesa, sentado tanto a direção do PT como a do PSB, que ele era o único brasileiro que não podia pedir a ninguém para desistir de ser candidato porque ele tinha sido candidato em todas as eleições que apareceram e tinha perdido três campanhas seguidas.
Mesmo assim, foi candidato uma quarta vez.
Estamos fazendo uma avaliação de caráter político”, garantiu.
Questionado se Ciro Gomes saía do almoço com ele da mesma maneira como entrou, ou seja, como pré-candidato, o governador retrucou? “Você pensava que seria diferente?”