Da assessoria do PPS-PE O presidente do Haiti, René Préval, alertou nesta quarta-feira (03/01) para uma nova tragédia no país com a morte em massa de milhares de pessoas.

Durante encontro com uma missão de deputados brasileiros que está em Porto Príncipe, ele afirmou que se o país não receber urgentemente 200 mil tendas para abrigar 1 milhão de desabrigados o país entrará em colapso completo. “Ele nos contou que com a chegada do período de chuvas as pessoas não terão onde se abrigar e uma nova tragédia é iminente”, contou o deputado Raul Jungmann (PPS-PE), que coordena a missão parlamentar no Haiti.

Além disso, o presidente Préval reclamou do que chamou de “falta de coordenação” das ações humanitárias no país. “Ele explicou que a ajuda está chegando somente a Porto Príncipe, mas cerca de meio milhão de pessoas migraram para outras províncias devido a destruição completa da capital abalada pelo terremoto.

O presidente disse que a ajuda não está chegando até essas pessoas, que podem morrer por falta de alimentos e de atendimento médico”, contou Jungmann, após encontro com o presidente haitiano.

No encontro, Préval defendeu ainda a proposta feita pelo presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, de criação de um fundo único de ajuda que seria controlado pelo estado haitiano, sob a supervisão do Bird. “Na opinião dele isso resolveria o problema de falta de coordenação.

Hoje, com cada entidade ou país atuando por conta própria, muitas pessoas estão ficando sem ajuda”, relatou o deputado.

Na conversa, o presidente agradeceu a ajuda humanitária do Brasil, mas cobrou uma definição sobre um repasse de R$ 1 bilhão que teria sido prometido ao país.

Os deputados se reuniram ainda com o presidente do congresso haitiano, Lucian Coeur, que também reclamou da falta de coordenação na ajuda humanitária. “Ele colocou a queixa de que a ajuda chega a um grupo e a outros não”, contou Jungmann.

Já o representante da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, Edmond Mulet, avaliou que a reconstrução do país vai durar de 40 a 50 anos. “O Haiti já sofreu oito intervenções (estrangeiras) e precisa de uma reconstrução para valer”, defendeu Mulet, em encontro com os parlamentares brasileiros.

Ainda hoje os deputados se reúnem com vítimas do terremoto, com líderes comunitários e representantes de entidades humanitárias no país.

Além de Jungmann, participam da missão os deputados Claudio Cajado (DEM-BA), Colbert Martins (PMDB-BA), Janete Pietá (PT-SP) e Emiliano José (PT-BA).

Os parlamentares foram ao país em vôo da FAB.

As despesas serão custeadas pelos próprios deputados, que retornam ao Brasil nesta quinta-feira.