No Blog de Fernando Rodrigues Na próxima quinta-feira (11.jan.2010), representantes de 9 partidos, entre eles PT, PSB, PC do B e PDT, terão um encontro com Ciro Gomes para um café da manhã em Brasília.
Objetivo: pedir a Ciro que desista de concorrer a presidente e aceite disputar o governo de São Paulo. “Queremos que ele sinta o tamanho da articulação que se une em volta dele em São Paulo”, disse o deputado Marcio França (PSB-SP), que trabalha na articulação da reunião. “A vantagem deles [PSDB e coligados] é que sempre saem unidos e nós sempre saímos divididos. É difícil vencer assim [em São Paulo]”, explicou o deputado.
A candidatura de Ciro à Presidência tem incomodado o governo que insiste na tese de uma eleição polarizada, com disputa plebiscitária entre PT e PSDB.
A pressão continuou mesmo depois das pesquisas que apontaram ser maior o crescimento da ministra Dilma Rousseff no cenário em que Ciro está na disputa (aqui).
Para o PSB, partido de Ciro Gomes, sua candidatura embola o meio de campo das alianças nos Estados, isolando o partido, que se obriga a deixar o pacto com o PT de Dilma. “A tese da disputa polarizada permanece porque o governo entende que a Dilma vai continuar a crescer.
Quando ela alcançar e passar o Serra [José Serra, governador de São Paulo], o quadro muda”, disse França.
A viabilidade da candidatura Ciro à Presidência depende de alianças com partidos médios e pequenos, que juntos poderiam dar ao candidato mais tempo de TV.
Com a sinalização do apoio de PDT e PC do B à Dilma, Ciro vê diminuir suas possibilidades.
Restam PTB e PP, mas o diálogo das duas siglas com Ciro tem avançado a passos lentos.
A reunião do dia 11 é uma tentativa de resolver o imbróglio.
Para PT e PSB, a candidatura de Ciro ao governo de São Paulo é uma possibilidade de entrar na disputa com um candidato capaz de reproduzir em nível regional o embate nacional entre governo e oposição.
O quadro de alianças, por conseqüência, também se simplifica.
Em São Paulo, todos os partidos da base lulista se uniriam em torno de Ciro, dando mais chances a um candidato do campo do governo fazer frente ao favoritismo do PSDB no Estado (aqui, as últimas pesquisas eleitorais para São Paulo).