Por Guilherme Fujimoto Amorim Uma solução definitiva e em conjunto é o que buscará o I Seminário Nacional sobre o Avanço do Mar, a ser realizado em 08, 09 e 10 de abril.

Promovido pelo Parlamento Metropolitano, o evento foi anunciado hoje em coletiva realizada na Câmara do Recife. “Discutir todas as intervenções feitas no passado, ouvir técnicos de diversas universidades, ouvir do governo o que vem sendo feito de concreto e apresentar soluções”, esse é o objetivo do Seminário segundo o vereador e presidente do Parlamento Metropolitano, Josenildo Sinesio (PT).

Para isso, participarão pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco, das Federais do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, políticos de toda a Região Metropolitana e também o Governo Estadual.

Um caso que vai ser estudado com atenção é o de algumas faixas litorâneas de Alagoas, como Japaratinga, Marechal Deodoro e Ponta Verde.

Nestas localidades está sendo usada a técnica do “bagwall”, que serve como dissipador de ondas.

O “bagwall” é uma estrutura de concreto em forma de escadaria, que impede o avanço do mar, possibilita o fluxo de sedimentos e, assim, contribui para aumentar a faixa de areia.

Ele tem durabilidade de 50 anos e não transfere o processo de erosão para áreas próximas.

O Seminário vai buscar chamar atenção para uma das causas menos divulgadas do problema: as ações de diversos municípios que, visando conter o mar, com o tempo acabam causando efeitos colaterais em outras praias. “A questão do avanço do mar não é um problema que atinge Pernambuco neste momento. É histórico”, afirmou Fábio Barros, vereador da cidade de Paulista e integrante do Parlamento Metropolitano. “As intervenções feitas de forma isolada por cada município na verdade não deram resultado, elas resolviam o problema no momento, mas subsequentemente transferiam a questão para cidades vizinhas”, completa.

Mesmo assim, o ideal não é uma única resolução que seja aplicada em todas as regiões afetadas, dizem os parlamentares. “A dinâmica de cada praia e a dinâmica de cada problema exigem soluções diferentes”, afirma Fábio Barros.

Correntes marítimas, volume de reposição de sedimentos, e, principalmente, a forma de ação do homem vão ser levadas em conta pelos pesquisadores e técnicos.

Como em todo caso de interesse público, o embate entre soluções imediatas versus soluções de longo prazo será fundamental.

Os dois vereadores condenaram ações emergenciais que vêm sendo adotadas e trazem efeitos colaterais.

Deram como exemplo as pedras colocadas entre Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, e Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

Somente nesta faixa são gastos cerca de R$ 2 milhões por ano em manutenção, informam os vereadores.

Outro exemplo são os diques colocados no Janga, em Paulista.

Eles impedem o avanço do mar, mas ao reter sedimentos que deveriam retornar à praia, acabam contribuindo para reduzir a faixa de areia.