Deu no Estadão A Operação Caixa Preta - investigação da Polícia Federal que aponta desvio de R$ 991,8 milhões em obras de dez aeroportos contratadas no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2006 - relata casos de ex-dirigentes da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) que teriam recebido vantagens, benefícios e prêmios, inclusive passagens aéreas, dinheiro e apartamento de luxo, de empreiteiras supostamente beneficiadas em licitações fraudulentas.

Alvo do inquérito da PF, Eleuza Lores , ex-diretora de Engenharia da Infraero, movimentou “mais de R$ 2 milhões” naquele período, revela a quebra de seu sigilo bancário. “Valores muito superiores à renda da empregada pública recebidos, ao que tudo indica, como proveito dos crimes investigados”, assinala o relatório final da missão policial, à página 58.

Segundo a PF, Eleuza mantinha seis contas correntes em instituições financeiras, “não se sabendo, nos dias de hoje, onde se encontram depositados ou em que foram aplicados”.

Ao abordar contatos da ex-diretora com executivos de construtoras, a PF questiona: “Por qual razão Eleuza patrocinou interesses alheios?

Ora, para receber vantagens financeiras, ocultando-lhes a origem.” O relatório - documento de 188 páginas entregue à Justiça Federal em Brasília - inclui no rol de suspeitos os contratos da Infraero para reformas e ampliações dos aeroportos de Corumbá, Congonhas, Guarulhos, Brasília, Goiânia, Cuiabá, Macapá, Uberlândia, Vitória e Santos Dumont.

A PF sustenta que a malversação de recursos da União é resultado de um esquema de fraudes e superfaturamento montado pela cúpula da estatal na gestão Carlos Wilson (2003-2006) - ex-deputado e ex-senador que morreu em abril de 2009.

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