Por Henrique Mariano Ainda no início do Século XX, o Carnaval do Recife era marcado por uma brincadeira: os desfiles dos corsos.

A festa consistia em um desfile de veículos ornamentados pelas ruas centrais da cidade, com foliões geralmente fantasiados, que jogavam confetes, serpentinas nos ocupantes dos outros veículos.

Em certo momento, incorporou novas “armas”.

Eram as bisnagas de água, muitas vezes perfumadas, para serem jogadas sobre os outros participantes.

Estamos em pleno Século XXI.

Ao longo das décadas, o Carnaval de Recife e Olinda mudou, cresceu e se tornou uma festa conhecida internacionalmente.

Temos hoje uma festa que, orgulhosamente para todos os pernambucanos, é caracterizada por sua democracia, criatividade e irreverência.

Pelas ruas das duas cidades, e também no interior, todos brincam da mesma forma, sem distinção de classe social, idade, cor ou sexo.

Todos têm seu espaço garantido.

Dos 8 aos 80, literalmente.

Pernambuco tem um dos poucos carnavais do País onde as diferenças não existem.

Mas entre os que são assim caracterizados, o nosso, sem dúvida, é o maior e melhor.

Por isso mesmo, é preciso que, a cada ano, busquemos preservar esses nossos diferenciais.

E o melhor caminho para isso é o respeito incondicional ao próximo.

No Carnaval, devemos exercer a nossa cidadania, sabendo que o limite de nossas brincadeiras é o espaço do folião que está ao nosso lado.

Ter a consciência de que a maior festa do nosso calendário cultural é vista e acompanhada pelos quatro cantos do mundo, deve levar nossas consciências a refletir de qual o papel que cada um exerce nesse momento.

O que cada folião precisa levar é a sua alegria, a sua conhecida irreverência e a sua vontade de brincar.

Precisamos deixar de lado preconceitos, rancores e, sobretudo, qualquer possibilidade de agir com violência, seja sob que hipótese for.

Nesse período de carnaval, vamos cultuar a alegria e não a violência.

Com isso, contribuiremos, todos nós, para oferecer ao País e ao mundo, “o Carnaval melhor do meu Brasil”.

Boa festa a todos!

PS: Henrique Mariano é presidente da OAB-PE