O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a auxiliares e dirigentes do PT que, se depender dele, o companheiro da ministra da Casa Civil Dilma Rousseff na chapa ao Palácio do Planalto será um nome com perfil semelhante ao do vice-presidente José Alencar (PRB).

Lula defende para a dobradinha o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mas sabe que a cúpula peemedebista não apenas criará problemas a essa indicação como tentará emplacar o presidente da Câmara, Michel Temer (SP).

Segundo a edição desta quarta-feira do jornal O Estado de S.

Paulo, ao tomar café da manhã, na terça-feira, com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), Lula combinou com o aliado que, antes de definir o vice, a prioridade será superar as divergências entre o PT e o PMDB nos estados, na tentativa de construir palanques conjuntos para Dilma.

Sarney pediu a Lula que cobre do PT apoio à sua filha, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB).

O presidente garantiu a ele que, apesar da divisão do PT no estado, os petistas darão aval à reeleição de Roseana.

Detalhe: Sarney também acha que a indicação de Temer para vice de Dilma é a que mais unifica o partido.

No seu diagnóstico, Temer sairá fortalecido na convenção do PMDB que foi antecipada para 6 de fevereiro e deverá reconduzi-lo ao comando do partido.

Para o governo, porém, Meirelles atuaria como uma espécie de escudo da candidata do PT, dando segurança ao mercado financeiro.

A cúpula da campanha petista teme que a oposição explore o passado de Dilma como ex-guerrilheira, provocando desconfianças sobre os rumos da economia.

Em conversas reservadas, Lula tem dito que, nesse cenário, somente um nome com bom trânsito no empresariado e no setor financeiro - papel que Alencar desempenhou em sua campanha, em 2002 - quebraria resistências.

Embora o programa de governo de Dilma não esteja pronto, a principal recomendação do presidente é para que o PT “não queira inventar a roda” na economia.

Serão mantidos o sistema de metas de inflação, câmbio flutuante e ajuste fiscal.

Não sem motivo, um dos principais coordenadores da campanha de Dilma será o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci (SP), hoje deputado.

Com Agência Estado