De Economia / JC O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) notificou ontem a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) a apresentar em 10 dias os resultados das análises que vêm sendo feitas em contas de luz com aumentos superiores a 40% nos meses de dezembro e novembro do ano passado.
No próximo dia 5 de fevereiro, a empresa esclarecerá se as elevações que pegaram muitos consumidores de surpresa em todo o Estado foram ocasionadas pelo aumento natural do consumo ou por problemas operacionais e técnicos.
Ouvida pela JC, a Celpe afirmou que o prazo já havia sido estipulado no dia em que foi firmado o acordo entre a empresa e entidades de defesa do consumidor, Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Pernambuco e parlamentares (deputados estaduais e federais e vereadores do Recife) há duas semanas.
O grupo entregou um documento ao diretor jurídico e ao superintendente comercial da companhia solicitando as análises individuais das faturas de todos os clientes que registrassem queixas nos Procons de Pernambuco, Recife e Jaboatão dos Guararapes.
No primeiro momento, foram remetidas 68 reclamações à Celpe. “Também estamos entrando em contato com a Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) para que o órgão analise o parecer que será apresentado pela empresa.
Por terem um corpo técnico eles dirão com maior propriedade se o resultado merece confiança.
Toda nossa preocupação é em verificar o que aconteceu”, informou o promotor do consumidor do MPPE, Maviael Souza Silva.
Enquanto isso, a Arpe continua a receber queixas dos aumentos excessivos.
A ouvidoria da agência está aguardando o final do mês para verificar o percentual de aumento nas denúncias.
Por enquanto, a orientação do MPPE é de que os clientes que não concordam com o valor e o consumo apontado em suas fatura no começo deste ano e final de 2009 procurem a própria Celpe.
Caso não aceitem a resposta da empresa, busquem os Procons estadual ou de seu município.
A Arpe também é uma opção, através do telefone 0800-281-3833.
Todo o problema começou nas duas últimas semanas de 2009, quando os consumidores começaram a receber as contas referentes ao consumo no mês de novembro.
Os aumentos, que devido a chegada do verão sempre ocorrem, chamaram a atenção por terem, em vários casos, ultrapassado 20%.
Há clientes que procuraram os postos de atendimento da Celpe para reclamar de faturas que dobraram de valor.
Na primeira semana de 2010, quando chegou a conta de dezembro, mais insatisfação: ou os aumentos permanecerem ou ficaram ainda maiores.
As altas não foram registradas no Rio Grande do Norte e Bahia.
Lá, as empresas distribuidoras de energia – a Companhia Energética do Rio Grande do Norte (Cosern) e a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba), respectivamente – também pertencem ao Grupo Neoenergia, controlador da Celpe.