O Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que neste ano de 2010 acontece no Recife, nesta quarta (27), com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, trará ao Recife ninguém menos do que banqueiro Joseph Safra.
Em 2005, a ONU instituiu o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, como uma homenagem a ser realizada na data em que tropas soviéticas libertaram o campo de extermínio de Auschwitz, Polônia, no ano de 1945.
Realizada em anos anteriores em São Paulo e no Rio de Janeiro, a cerimônia vai ocorrer na Sinagoga Kahal Zur Israel, por sugestão do próprio Lula ao presidente da CONIB, Claudio Lottenberg.
Em comum com Lula, há o amor pelo futebol.
O time que Safra venera há trinta anos é o Corinthians.
Dono do banco Safra, ele é filho de uma família judia com origem na Síria.
A lista da Forbes com os homens mais ricos do mundo tem 13 brasileiros.
O banqueiro Joseph Safra, 70, ocupa o 62º posto, com US$ 7 bilhões no bolso.
Ele é um dos financiadores da restauração da Sinagoga da Bom Jesus.
José Safra desembolsa dinheiro com facilidade para doações.
Com a ajuda da comunidade judaica de São Paulo, construiu a maior e mais luxuosa sinagoga de São Paulo.
Doou cinco esculturas de Rodin à Pinacoteca de São Paulo em 1995.
No ano seguinte, sua família comprou 72 páginas em que Albert Einstein desenhou a sua teoria da relatividade, arrematadas num leilão da Sotheby’s.
A preciosidade foi doada a um museu de Jerusalém.
Veja abaixo um pouco de sua história.
A família Safra deixou o Líbano depois da II Guerra Mundial, quando se formou o Estado de Israel e árabes e israelenses passaram a se enfrentar em conflitos armados. “Meu pai imaginou que uma terceira grande guerra não tardaria e começou a procurar um país mais tranqüilo para viver.
Escolheu o Brasil”, conta José.
Em São Paulo, onde aportaram em 1951, Jacob e seu filho Edmond iniciaram negócios modestos.
Importavam materiais para construção.
Em 1955, Moise, outro dos irmãos de José, juntou-se à família no Brasil.
Dois anos depois, em dezembro de 1957, Jacob montou uma financeira, que comprou um pequeno banco.
Em 1967, o Safra era fundado.
Os filhos de Jacob não chegaram todos logo ao Brasil.
Foram estudar na Inglaterra, onde José terminou o 2º grau e obteve o único diploma que tem.
Da Inglaterra, José foi para os Estados Unidos, trabalhar no Bank of America, e depois para a Argentina, com o objetivo de estudar o sistema bancário.
O banqueiro que não cursou faculdade conta que tinha fascinação pelo ofício desde menino.
Nos tempos do Líbano, era mensageiro do pai.
Mas estreou no mercado financeiro cometendo um mau negócio.
Com 17 anos, comprou o equivalente a 300 dólares em moeda egípcia, apostando na alta.
Perdeu o capital e o sono, durante um mês. “Eu não me conformava de ter feito essa bobagem.”