No R7 A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse neste sábado (23) que “gostaria muito de levar os brasileiros ao paraíso”, ao ser indagada se assumiria a missão de ser a candidata à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ela compareceu à cerimônia de cessão de uma área pública ao município de Rio Claro, SP, que teve a participação do ministro da Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deputados e 25 prefeitos. - Acho [o paraíso] uma das maiores e melhores ambições que podemos ter.

A ministra se referia à afirmação do presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP), cotado para ser o candidato a vice em eventual chapa PT-PMDB, que pouco antes, em discurso, elogiou a ministra e, numa metáfora, afirmou: - Tomo você como exemplo para dizer que já levou os brasileiros administrativamente ao paraíso e os levará politicamente ao paraíso".

Dilma respondeu chamando Temer de “companheiro incansável” na aliança PT-PMDB, que tem sustentado o governo Lula.

Citando o Velho Testamento, a expulsão de Adão e Eva do paraíso, Temer havia feito defesa veemente das mulheres.

Afirmou que elas não são as responsáveis pela saída do homem do paraíso e sim por trazê-los ao paraíso.

Apesar de admitir a intenção de ser pré-candidata à sucessão de Lula, Dilma afirmou que só poderá responder sobre o tema em 21 de fevereiro, quando termina o encontro nacional do PT que indicará o candidato.

Mesmo assim, deixou claro que não concorda e não fará ataques pessoais a eventuais adversários durante o período eleitoral. - O governo do presidente Lula não combina com agressão.

Temos projetos.

Se elevarem o tom, vamos reduzir.

Se alguém fala que vai acabar com programas, assuma as consequências e vamos debater.

Durante toda a semana PT e PSDB trocaram insultos.

A discussão foi deflagrada no começo da semana, quando Dilma acusou o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de planejar o fim do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Como exemplo de bom nível na campanha eleitoral, a ministra citou máxima do deputado federal Ulysses Guimarães, natural de Rio Claro e que morreu em acidente de helicóptero em 1992. - O doutor Ulisses dizia que não se faz política com o fígado, conservando em geladeira rancor e ressentimento.

Sobre as acusações da oposição de que ela e o presidente estariam fazendo campanha antecipada, foi objetiva.

Negou o uso da máquina administrativa e considerou “absolutamente legítimo” que o governo inaugure obras que fez. - É muito fácil dizer que a obra (do PAC) não existe a mil quilômetros dela.