Do estadao.com.br O corregedor da Câmara Legislativa do Distrito Federal, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), qualificou como “ingerência de um poder sobre o outro” a decisão do juiz Vinícius Santos, da 7ª Vara de Fazenda do Tribunal de Justiça do DF, que impediu os deputados distritais envolvidos no esquema de corrupção descoberto pela Polícia Federal, na Operação Caixa de Pandora, de votar durante a análise dos pedidos de impeachment do governador José Roberto Arruda (sem partido).

O caso ficou conhecido como “mensalão do DEM”.

Segundo o inquérito da PF, Arruda seria o chefe do esquema no DF que arrecadava propina entre empresas contratadas pelo governo e distribuía entre deputados distritais.

Ribeiro, que também é relator da CPI da Corrupção, admitiu que cada um dos três poderes tem um papel próprio para assegurar a democracia, de acordo com a Constituição, mas ressaltou que isso “não implica a interferência das atribuições de um sobre o outro”, segundo o deputado.

Para o relator, o regimento da Casa comporta mecanismos para que toda a questão possa ser resolvida sem qualquer decisão de outro poder.

Ele disse acreditar que o afastamento do presidente da Câmara, Leonardo Prudente, é um caso diferente da situação dos deputados distritais.

Flagrado colocando dinheiro de suposta propina nas meias, Prudente foi afastado esta semana da presidência da Casa pelo Tribunal de Justiça do DF.

O deputado Raimundo Ribeiro falou com jornalistas ao entrar para a reunião da Mesa Diretora da Câmara Distrital convocada pelo presidente em exercício, Cabo Patrício, para propor o reinício dos trabalhos legislativos deste ano.