Na coluna Pinga fogo Ainda se ouve muitos petistas esperneando com a decisão do PSB de manter Ciro Gomes na disputa pela presidência da República.

Agora esse debate chegou por aqui entre os simpatizantes, dentro do PT, do ex-prefeito João Paulo que defendem sua candidatura ao governo sob o discurso de que o PSB de Eduardo Campos tem um projeto nacional diferente do da continuidade do presidente Lula.

Falso debate.

Mas isso não vem ao caso, por enquanto.

Bancar Ciro Gomes no páreo da disputa presidencial é um acerto de Eduardo, como presidente nacional do PSB, com o presidente Lula.

Vai além de acordo entre partidos.

E desse cargo, Ciro só será deposto se, e somente se, os números de intenções de voto provarem que a ministra Dilma Rousseff polarizou a disputa completamente com o pré-candidato do PSDB, José Serra.

Antes disso, podem espernear.

Por enquanto os números que chegam ao gabinete de Eduardo Campos não asseguram esse cenário.

Pelo contrário.

Uma fornada quentinha do Ibope, encomenda pelo PSB e já de posse dos assessores políticos do governador de plantão no Palácio do Campo das Princesas, revelam um “sombreamento” muito grande entre os eleitores de Serra e Ciro.

Mais de 50% dos que dizem votar em Ciro, segundo um palaciano, têm Serra como segunda opção de voto.

A estratégia de Eduardo de manter a candidatura Ciro segue a mesma lógica da adotada por ele, em 2008, quando bancou sorrateiramente a candidatura de Cadoca à Prefeitura do Recife.

Na ocasião, Cadoca era um candidato com 20% de intenção de voto.

Jamais poderia ser dispensado.

Foi mantido para represar o crescimento das candidaturas de Mendonça Filho e Raul Henry.

Feito totalmente atingido, segundo um palaciano, principalmente no que se refere aos votos de Raul.

Depois, a movimentação da campanha, televisão e etc, expulsou Cadoca da disputa.

A lógica é a mesma com Ciro.

Se terá o mesmo desfecho, só a dinâmica da campanha vai dizer.