De Economia / JC A Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) analisará individualmente 69 reclamações sobre aumentos acima do normal em contas de luz de pernambucanos nos últimos dois meses.
As queixas foram entregues pelos Procons de Pernambuco, do Recife e Jaboatão dos Guararapes ao gerente jurídico e ao superintendente comercial da empresa.
A ação faz parte de um acordo firmado entre a companhia, entidades de defesa do consumidor, parlamentares pernambucanos e o Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Pernambuco firmado na última segunda-feira.
Até o começo de fevereiro, as queixas continuarão a ser repassadas para a empresa para que sejam identificados possíveis motivos para algumas contas de luz terem sofrido um reajuste maior que 20% no final do ano passado e começo de 2010. “Há casos notórios de que há problemas.
Em alguns podem ser nos medidores, outros no fato da elevação ter provocado a saída do cliente do patamar de baixa renda, o que aumenta bastante sua conta.
A análise terá que ser feita de maneira detalhada”, explicou o vice-presidente do Conselho de consumidores, Joaquim Job.
Ele orienta o consumidor com uma alta maior que 40% no consumo nos meses de dezembro e novembro, e que se surpreendeu com faturas bem elevadas, a procurar um dos Procons ou o próprio Conselho para registrar sua contestação. “Até o último dia em que a Celpe estiver analisando as contas, vamos enviar as reclamações”, reforçou.
O aumento no consumo de energia elétrica no mês de dezembro ocorre naturalmente todos os anos e na maior parte das regiões brasileiras.
No entanto, a alta não costuma passar de 20%.
Em Pernambuco, há casos de contas que dobraram de valor.
Tanto no Grande Recife quanto em cidades da Zona da Mata, Agreste e Sertão.
Em outros Estados nordestinos, como o Rio Grande do Norte e a Bahia (onde o Grupo Neoenergia, controlador da Celpe, opera as respectivas distribuidoras de energia elétrica), não há queixas semelhantes.
Assim como no Maranhão.
O Conselho de consumidores de Pernambuco só recebeu notícias de casos parecidos do Ceará, cujos hábitos de consumo guardam características comuns aos dos pernambucanos, explicou Joaquim Job.
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) já iniciou investigações sobre o problema.
Assim como o Procon Recife.
O consumidor que deseja rebater a cobrança dos últimos dois meses deve procurar, inicialmente, a Celpe.
Essa é uma recomendação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Insatisfeitos com o resultado da análise podem recorrer também à Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe) e aos Procons estaduais e municipais.