Trechos de denúncia encaminhada ao Ministério Público do Estado, escrito por Pedro Fortes, filho de paciente em estado terminal que recebe atendimento no Recife: URGENTÍSSIMO: PACIENTE SEM CUIDADOS PRECISOS No dia 17.11.09, o Sr.

Allen de Carvalho Forte começou a sentir uma leve torpeza na cabeça, dirigindo-se juntamente com sua esposa ao posto de saúde UBS GALBA MATOS, quando então, a Dra.Rejane Dantas, CRM 7894, prescreveu os exames sangue, fezes, oftalmo, sem sequer medir sua pressão arterial, vez que o aparelho de pressão encontrava-se quebrado.

Por volta do dia 20/11/09, o paciente piorou, e sua esposa e seu filho levou-o para o Pronto Socorro de Prazeres, onde constatou-se pressão arterial elevada e ministrando remédio sublingual e encaminhando a um neurologista que foi marcado para 08.12.09.

A família desesperada posto que o paciente piorava, procurou um neurologista particular na Policlinica Integradas, no dia 26.11.09, vez que o paciente entre o dia 17/11 e 20/11, sofreu paralisia do lado direito do corpo, sendo que o Dr.

Celio Spinelli requisitou exames de glicose, colesterol, colesterol HDL e LDL e VLDL e Triglicérides, diagnosticando APENAS baixa de glicose no sangue, e recomendou à esposa do paciente que desse doces ao paciente.

Na continuidade, a família levou o paciente no dia 08.12.09 para fazer a tomografia cujo resultado ficou pronto APENAS em 04.01.10, ou seja, quase 30 dias, com o paciente já paralisado o lado direito do corpo.

No dia 05.01.10, a família em franco desespero pagou uma consulta com um neurologista no Hospital Real Português que vendo a tomografia, constatou que o Sr.

Allen estava com 7 metástases na cabeça e mais um tumor mãe e imediatamente encaminhou-o ao Hospital da Restauração.

No Hospital da Restauração foi encaminhado ao setor de trauma, onde ficou em uma maca cujo o colchão encontrava-se sujo e com odor de urina, sem lençol, em um corredor REPLETO DE PACIENTES com todos os tipos de doenças, aguardando exames, transferências, inclusive com pacientes sob suspeitas de doenças infecto-contagiosas.

Neste mesmo dia, o medico Dr.

Moisés, neurocirurgião, dada a informação da família de que o paciente não estava evacuando há uma semana, requereu uma tomografia abdominal, a qual feita no mesmo dia 5 à noite e segundo, o diagnóstico o paciente teria uma metastase pulmonar e assim o tumor mãe estaria na cabeça.

No dia 06.11, um outro médico disse para a família que paciente iria ser removido para o Hospital do Câncer tão logo fosse possível e assim o paciente foi ficando no corredor do trauma aguardando um “box” para melhor ser cuidado, e a própria família PASMEM estava dando banho “de gato” no paciente, levou colchão, levou lençol, levou óleos e cremes para evitar a formação de feridas, levou roupa, fraudas, vez que a enfermaria do local sempre alegou não possuir material suficiente.

Como se não bastasse “tamanha miserabilidade para com os pacientes e desleixo”, chegou ao ponto da esposa do paciente requerer a ajuda da enfermaria para ajudá-lo virar na cama para poder trocá-lo, posto que ele havia urinado, e mandarem aguardá-la por mais de duas horas e quando foi novamente requerê-la, a enfermeira respondeu-lhe que era sua hora de almoço e quanto à equipe médica, que cada hora era uma, só foi falando que o caso era grave, mas tinha que aguardar o Hospital do Câncer.

O paciente foi mantido em altíssimas condições de precariedade e falta total de higiene e exposição a infecções hospitalares, inclusive para os acompanhantes, vez que estes estão submetidos a frequentar banheiros no hospital que são unissex, sem fecho nas portas e onde os pacientes tomam banho a olhos vistos dos frequentadores do banheiro.

E ainda chamam isto de Hospital!!!!!!!

No dia 12.11.09, finalmente o paciente foi encaminhado para o Hospital do Câncer e não pode realizar o exame porque não era o dia de realização do exame que ele necessitava.

ASSIM, O PACIENTE RETORNOU AO HOSPITAL DA RESTAURAÇÃO, no mesmo corredor que já encontrava desde o dia 05.01.10, e a família foi vê-lo à noite e ao chegar lá pegou-o vomitando, cujo o vômitos tinha o odor horrível, sem nenhuma assistência médica ou de enfermaria, quando então os filhos do paciente chamaram o médico este encaminhou o paciente para CTI.

No dia seguinte, dia 13.01.10, uma médica apresentou-se para o acompanhante do paciente e disse-lhe para a autorização para a retirada do mesmo do CTI, vez que como ele não estava entubado tinha que dar lugar para outro paciente, vez que o mesmo já se encontrava em estado terminal e deveria dar lugar para outro paciente (pergunto, algum tipo de seleção natural?) e a acompanhante, que no caso é a cunhada do paciente, recusou-se a assinar e tendo em vista a cena criada diante de tal fatos, um outro médico aproximou-se e disse que manteria o paciente na CTI.

Hoje, dia 14.01.10, o paciente foi RETIRADO DA CTI e encaminhado para o Hospital do Câncer para a realização do exame e para que este determinasse qual o procedimento dos tumores cerebrais.

Assim, o Hospital da Restauração por meio do médico Adyb da Costa Soares, CRM 11.664, cardiologista, deu alta ao paciente (a família possui o atestado de alta), em outras palavras, o médico cardiologista (não oncologista, não neurologista) deu alta ao paciente, significando que se caso o Hospital do Câncer não desse um jeito, a família não poderia voltar com o paciente para o Hospital da Restauração.

No hospital do câncer, o médico constatou na tomografia tirada em 05.01.10, no Hospital da Restauração, foi completamente negligenciada e manuseada sem nenhum conhecimento técnico pelos médicos que se apresentaram ao paciente entre o dia 06.01.10 e 13.01.10, vez que a tomografia apontou como tumor principal, um tumor localizado na região do intestino/estômago.

Esclareça-se que neste período de 05.01.09 até 14.01.10, ninguém no Hospital da Restauração preocupou-se com o fato do paciente não haver evacuado.

Outrossim, esclareça-se ainda, que quando foram por sonda no paciente houve grande dificuldade de que esta passasse na região abdominal e disseram para família que era normal, mas ninguém se preocupou em atentar cuidadosamente ao exame da tomografia abdominal.

Assim,o médico do Hospital do Câncer revoltou-se contra a alta dada pelo Dr.

Adyb e ordenou que o hospital da Restauração aceitasse o paciente e fizesse sua parte, qual seja, proceda à cirurgia do tumor na região abdominal, o qual é feito pelo Hospital da Restauração e não pelo Hospital do CÂNCER.

Assim, hoje o Hospital da Restauração aceitou-o, encaminhou-o para o CTI, onde os médicos disseram que ainda vão avaliar o caso dele.

Como se verifica pelos fatos narrados, o paciente está sendo negligenciado desde 17.11.09 e o pior disso deixado para morrer sob uma assistência médica “pro forma”, servindo de “bolinha de ping-pong”.

Devemos lembrar que além do direito à vida ser constitucional, é muito mais que isso, é um direito divino.

As falhas no sistema estão todas apontadas neste relato, falta de pessoal qualificado, negligência na prestação de serviços posto o Hospital da Restauração ser visado pela classe econômica menos suficiente e assim idealizam erroneamente que podem cuidar das pessoas de qualquer jeito, mas é sabido que o Governo destina verbas no mínimo suficientes para a saúde para este Hospital.

Saliente-se que o Estado do Sr.

ALLEN JÁ PIOROU MUITO pois ficou no Hospital sem um tratamento sério e eficaz desde 05.01.10, exposto a más condições de higiene, desconforto, e abandonado.

Diante do exposto, requer a intervenção desta instituição a favor de Allen de Carvalho Forte, fazendo valer seu direito à vida, à saúde e a dignidade humana, determinando que seja-lhe dado todo o tratamento necessário com a maior eficiência e diligência técnica possível E NA MAIOR BREVIDADE DE TEMPO.

PS: O Blog de Jamildo procurou o Hospital da Restauração, que confirma o internamento de Allen Fortes, com diagnóstico de metastase múltipla.

Ele encontra-se na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), de acordo com o HR, e está sendo submetido a exames por suspeita de tumor no colon.

O hospital também confirma a alta médica pelo dr.

Adyb (clínico e cardiologista) para o Hospital do Câncer e o retorno ao HR, para possível cirurgia no intestino.